O Prêmio AF de Arte Contemporânea acaba de divulgar os três finalistas da edição 2022. Os três artistas selecionados irão mostrar seus trabalhos em exposição coletiva no Espaço Lindolf Bell, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, a partir de novembro.
O grande vencedor será anunciado na abertura da mostra, no dia 30 de novembro, e como prêmio fará uma residência artística de três meses na Cité Internationale des Arts, em Paris.
Este ano, o júri exaltou a qualidade histórica dos participantes e a relevância que a premiação, já consolidada como a mais importante do circuito de artes visuais, tem para a produção artística de Santa Catarina e do Sul do Brasil.
Promovido pela Aliança Francesa Florianópolis, o Prêmio AF de Arte Contemporânea chega à nona edição valorizando a trajetória de artistas de Santa Catarina, e não apenas um recorte ou uma obra. Por isso a avaliação se deu a partir do portfólio, sempre com o cuidado de apresentar à cena artistas novos e que podem ainda ocupar seus espaços.
Conheça os finalistas:
Bill Or, de Itajaí
Bill Or (Beatriz Ramalho Rodrigues) é artista visual à frente de várias iniciativas voltadas para projetos editoriais. Nos últimos anos, seu interesse tem se voltado para as relações entre literatura e artes visuais, ficção e realidade, hardware e software. Seu trabalho se dá a partir de procedimentos de apropriação, coleção e edição com desdobramentos em performances, textos, áudios, vídeos, fotografias, desenhos e publicações.
O processo da artista passa ainda pela edição como linguagem e tecnologia no campo editorial, com a presença marcante da repetição. Já participou de diversas exposições e projetos individuais, como Começa Com o Toque do Dedo no Dorso da Máquina, na sala Edi Balod em Criciúma; Nomeáveis ou Como Chamar Coisas sem Nome, na Casa da Cultura Dide Brandão de itajaí; e sonho.software, executado com recursos do Lei Aldir Blanc, entre outras.
Mauricio Igor, de Florianópolis
Nascido em Belém (PA) e radicado em Florianópolis, o artista atualmente transita entre essas duas cidades. É licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará, teve passagem pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (Portugal) e atualmente é mestrando na Udesc. Sua pesquisa e produção passa pela investigação de questões de identidades em temas como gênero, sexualidade, miscigenação, decolonialidade e o cotidiano na região amazônica.
Vem se dedicando a uma pesquisa acerca das poéticas sobre o corpo afro-amazônico em deslocamento, como o corpo sente e é sentido, como afeta e é afetado. Esses processos se desdobram em diferentes mídias, como fotografias, vídeos, objetos, performances, textos e instalações. Já participou de exposições e premiações como com o XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, da Fundação Nacional de Artes; Prêmio Rede Virtual de Arte e Cultura, da Fundação Cultural do Estado do Pará; e o 15º Salão de Artes de Itajaí, da Fundação Cultural de Itajaí, SC; entre outros.
Lucas Pereira Elias, de Sombrio
Nascido em Sombrio, no Sul do Estado, Elias é graduando em Artes Visuais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). Como artista, seu trabalho passa pela elaboração de narrativas poéticas e políticas a partir da observação de objetos cotidianos. Seus principais suportes e meios são a aquarela sobre papel, bordado e acrílica sobre lona. Ultimamente seu objeto de pesquisa passa pela temática ambiental por meio de uma visão afetiva e que parte de questões pessoais da história da avó, uma pescadora que nasceu às margens do Rio Araranguá.
Nesse sentido, vem propondo o debate sobre a questão ambiental a partir do viés da tradição e da memória. Embora ainda jovem, já passou por mostras importantes, como a 30º Mostra de Arte da Juventude no SESC Ribeirão preto (2021) e o 17º Salão Ubatuba de Artes Visuais (2021), além de ter recebido o prêmio Perspectiva Futura no 19° Território da Arte de Araraquara (2022).
Foto: Mauricio Igor/Reprodução