O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (7) a PEC da Transição (PEC 32/2022), que libera R$ 145 bilhões para o novo governo, fora do teto de gastos, pelo prazo de dois anos. Enquanto alguns senadores defendiam prazo e valores menores, outros pediam a manutenção do texto que havia sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nessa terça-feira (6). Ao fim de quatro horas de discussão intensa, a PEC foi aprovada com 64 votos a favor e 16 contrários, no primeiro turno, e confirmada por 64 a 13 votos, no segundo turno de votação. Os senadores favoráveis comemoraram. Já outros afirmaram que está assinado o cheque em branco para a gastança. Resta agora ver qual o real impacto futuro desta decisão política. A PEC agora será enviada para a análise da Câmara dos Deputados. (Fonte: Agência Senado e foto: Waldemir Barreto)
FIESC entra num assunto que irá precisar do amparo político
A classe política estadual e nacional, em especial, os representantes catarinenses devem observar mais de perto os recados e as ações vindas de dentro da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). O setor tem uma visão macro de toda a problemática da infraestrutura das estradas. Ao pedir a liberação emergencial de R$ 100 mi para BRs 280 e 282, o contexto deve ser analisado como um pedido de socorro. A entidade vai mais longe ainda, ao destacar que o montante necessário pode ser ainda maior, ao salientar que o entorno das rodovias possui expressiva atividade econômica, com mais de 107,6 mil estabelecimentos empresariais, que geram um PIB de R$ 157 bi. Neste período de chuvas, em que muitos pontos das rodovias chegaram a ficar interditados, obviamente o Governo do Estado esteve atendo, quanto às necessidades de recursos federais para desobstruir e reconstruir as rodovias federais catarinenses. Porém, entendo claramente o posicionamento dos industriários, pois, eles sabem que não podem, de forma nenhuma, assistir a tudo sem também contribuir. Um ofício foi entregue, nesta última quarta-feira (7), ao Ministro de Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho, solicitando liberação emergencial de R$ 100 milhões, especificamente para aplicar nas BRs 280 e BR 282. O que se espera, é a associação ao pedido, de toda a classe política catarinense.
Ponto crucial a ser observado
A entidade empresarial lembra que as rodovias interditadas são “corredores logísticos estratégicos para Santa Catarina e o Brasil, com pujante atividade econômica e destaque para a indústria, comércio, serviços, agropecuária e o turismo – como também corredores de acesso à infraestrutura portuária catarinense, uma das mais importantes da América do Sul, em função da grande movimentação de contêineres”. Por fim, vale salientar, a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que traduz as análises expeditas realizadas pela FIESC e que indica que cerca de 70% da malha catarinense foram classificadas como péssima, ruim ou regular.
Recado é para o futuro governo
O governador eleito, Jorginho Mello (PL) esteve na Federação das Indústrias de Santa Catarina, antes e depois de eleito. É, portanto, sabedor do que pensam e o que querem os industriários. É longa a espera pela atenção que deveria ser dada às estradas que cortam o Estado. O setor está cansado de lembrar, de pedir e de alertar sobre a necessidade de investimentos nas BRs. Um novo governo está por começar. Caberá a ele dar a devida atenção ao pedido de socorro do segmento produtivo, e logo. Estudos já estão prontos, e projetos sendo encaminhados. Pelo menos, foi que se ouviu durante as visitas do ainda presidente Jair Bolsonaro, a Chapecó, ano passado, junto com o seu então ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Aliás, questão também acompanhada pelo governador Carlos Moisés. No entanto, ninguém mais falou sobre o assunto, e pouco se sabe sobre a concretização ou não do projeto de revitalização da BR 282.