A escolha dos últimos nomes do primeiro escalão do governador eleito Jorginho Mello não é mais tão simples como o esperado. Passa por uma estratégia que pode comprometer a propalada governabilidade, ou seja, está ligada diretamente à eleição do presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). Depois de ter hipotecado apoio ao progressista José Milton Scheffer, os demais blocos partidários sentiram-se preteridos e decidiram se aliar, formando uma unidade de pelo menos 26 parlamentares, o suficiente para decidir quem é quem na Casa, e isolar os liberais e progressistas, que somam 14. Por esta razão, é preciso acima de tudo, levar em consideração o peso da liderança de Júlio Garcia (PSD) e de Mauro de Nadal (MDB). Foto: Rodolfo Espínola / Agência AL
Tentativa de evitar o desequilíbrio completo
Não está sendo vista com bons olhos a estratégia de atrair o MDB com possíveis cargos nesta fase final de composição do secretariado. Soa como uma medida que pode ser equivocada, apenas para desmobilizar o grupo maior. Jorginho só não fechou o quadro do secretariado exatamente pelo imbróglio criado por ele mesmo e os pares do PL. Qualquer posicionamento, novamente mal pensado, pode ocasionar um desequilíbrio completo. Sendo assim, a conversação poderá chegar à possibilidade do compartilhamento de cargos envolvendo todos os partidos, formando um governo suprapartidário. O que é também possível. Lá atrás, há pouco tempo, se for lembrada a situação política vivida pelo governador Carlos Moisés, quando ele contou com o apoio até mesmo dos deputados petistas para sobreviver politicamente.
Por fim
Jorginho Mello, terá que rebuscar a própria experiência política para consertar a primeira decisão mal tomada, com mais habilidade. Ele e o PL não previram a capacidade de mobilização dos demais partidos. Entendo, que o diálogo ainda está em aberto, para que seja desfeita a primeira impressão, que pode retirar a inclusão de nomes do PL na Mesa Diretora. Pois, já havia o aceno de que Ana Campagnolo estaria na condição de ser a 1ª vice. Em suma, Mauro de Nadal está coeso e certo de que terá 26 votos para leva-lo novamente à Presidência da Alesc. Por outro lado, sabe ele, que também carece de harmonia com o Governo. O MDB não irá se contentar em apenas ter o poder de voto no Parlamento. Gosta de compartilhar os feitos em conjunto com o Executivo. Tem sido assim, nos tempos em que foi ficando fora das urnas. Jorginho tem o caminho de recuar no apoio a Scheffer, e quem sabe condicioná-lo, a líder do governo. E por fim, firmar novo acordo especialmente com o MDB e o PSD.