19 de setembro de 2024
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UFC: “DNA Brasileiro”; conheça a história do esporte e suas curiosidades

UFC no Brasil é considerado o maior torneio da modalidade de artes marciais mistas; saiba mais sobre a história do famoso octógono.

A história dessa modalidade esportiva está ligada a de uma família que também tem no currículo a criação do Jiu-jitsu brasileiro. Só podemos estar falando dos “Gracies”, que são expoentes das artes marciais desde os anos 1920.

Esporte com “DNA brasileiro”

Tudo começou com o patriarca da família, Gastão Gracie, que conheceu o mestre japonês Maeda Koma em Belém (PA). Esse também era conhecido como Conde Koma, um campeão de jiu-jítsu e discípulo direto de Kano, na Kodokan do Japão.

Tornaram-se amigos quando Koma teve a oportunidade de viajar para o Brasil como parte de uma grande colônia de imigração japonesa. Para retribuir a hospitalidade na nova cidade, Koma aceitou ensinar a arte marcial ao filho mais velho de Gastão, Carlos. Então coube a esse repassar os ensinamentos aos irmãos.

E é justamente com o mais novo dos oito filhos (três eram meninas), Hélio Gracie, que o Gracie Jiu-Jitsu, ou Jiu-Jítsu Brasileiro, foi moldado.

 

Como aluno de Carlos e principal difusor do esporte, Hélio buscou adaptar os movimentos de acordo com seus atributos físicos. Com disciplina, coragem e muita determinação, aprendeu a maximizar a alavanca e minimizar a força necessária para executar as técnicas.

Dessa forma, um praticante menor e de porte mais frágil poderia ganhar a capacidade de se defender e até derrotar oponentes mais fortes.

A partir daí, dedicaram-se a difundir essa filosofia de vida e luta. Começaram com a criação da primeira Escola Gracie em 1925. Além de responsáveis pela conexão com a arte marcial milenar de origem japonesa e pelas primeiras disputas de “Vale-Tudo” — luta sem regras definidas —, os irmãos faziam apresentações para provar que a técnica desenvolvida por eles funcionava.

De pai para filho

O Mestre Hélio Gracie foi pai de 10 filhos: Rorion, Relson, Rickson, Rolker, Royce, Royler, Rhérika, Robin, Ricci e Rolls Gracie. Ele direcionou e dedicou suas forças para que a família aprendesse o Jiu-Jitsu Gracie e ajudasse a difundi-lo como forma de filosofia de vida.

Entre os filhos de Hélio Gracie, Royce, Rorion e Rickson foram os que mais se destacaram, participando de competições e levando o nome da família e da arte marcial para todo o mundo.

Quando o filho mais velho, Rorion, um dos únicos no mundo a deter o 9º Dan — faixa vermelha do Jiu-jitsu brasileiro — decidiu morar nos EUA, aos 17 anos, tornou-se professor da luta para se manter e acabou escrevendo uma nova fase da história da modalidade.

Rorion ministrava aulas na garagem de casa e viu o número de alunos e o interesse por essa arte marcial aumentar com o tempo. Foi quando ele percebeu que precisava encontrar uma forma de divulgá-la ao mundo.

A virada para um evento mundial

Rorion Gracie criou o UFC no início da década de 1990. Ele tinha o objetivo de envolver diversos tipos de artes marciais em uma só disputa. Então decidiu criar um campeonato profissional de lutas marciais mistas (boxe, jiu-jitsu, wrestling, muay thai, karate, judô, entre outros) que iria transformar o universo das competições esportivas no mundo.

Em suas primeiras edições, era realizado por meio de torneios em que participavam de oito a 16 lutadores. O campeão de cada categoria era aquele que vencesse três lutas. O combate era uma espécie de “vale-Tudo” – na verdade um “vale-quase-tudo”, com algumas proibições.

Somente após um trabalho em conjunto com as delegações dos estados para inserir regras e permissões, com vistas a transformar o UFC em algo menos violento, foi possível novamente a exibição das lutas nos estados.

Vencida essa barreira, o evento cresceu cada vez mais, não só nos Estados Unidos, como em vários outros países do mundo.

Brasil foi o terceiro país a receber uma edição do UFC

O primeiro UFC aconteceu em 12 de novembro de 1993, no McNichols Sports Arena, em Denver (Colorado). Ele consagrou o brasileiro Royce Gracie como o 1º campeão da modalidade, após finalizar o holandês Gerard Gordeau em menos de dois minutos de luta. — pensa!

O evento só fez a sua estreia no Brasil em 16 de outubro de 1998, no Ginásio da Portuguesa de Desportos, em São Paulo (SP). Sendo a terceira nação a receber uma edição do UFC fora dos Estados Unidos.

Antes havia ido para o Japão e para Porto Rico. O evento contou com duas disputas de título inéditas: houve campeão da categoria leve (Pat Miletich) e Frank Shamrock manteve o título dos médios.

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UFC e a relação com o cinema

Antes de o octógono ser definido como o palco das lutas do UFC, Rorion e os organizadores tiveram algumas ideias de como poderia ser o espaço onde aconteceriam os combates. Entre elas, o ringue de boxe.

Mas essa não seria uma boa opção porque os lutadores poderiam escorregar pelas laterais para evitar os golpes ou usar as cordas como apoio para manter o equilíbrio. O intuito é que o palco não tivesse chance de saída.

Outra opção estudada foi um tatame redondo, com painéis eletrificados para dar choque e impedir que o lutador pensasse em fugir. Além de uma arena cercada por um fosso com jacarés — parece até coisa de Hollywood!

E foi justamente um filme que inspirou o formato do palco, o “The Octagon”, dos anos 1980. Nele, Chuck Norris combate um clã de ninjas assassinos e os duelos de luta principais aconteciam dentro de um octógono. A vantagem do formato é que os ângulos não permitem que nenhum lutador fique acuado no canto, sem ter saída para continuar a luta.

Além dessa conexão com a sétima arte, durante o período que Rorion estava se estabelecendo nos EUA, ele trabalhou como figurante em filmes como Ilha da Fantasia, Barco do Amor e seriados dos anos 80. Chegou a dar aula de jiu-jitsu para Mel Gibson no filme Máquina Mortífera.

Assista às disputas pelo cinturão que vai rolar no Rio de Janeiro, na Jeunesse Arena, com transmissão no Bandplay.

A famosa “luta do século” foi entre brasileiros

Dois veteranos do UFC, Anderson Silva (Spider) e Vitor Belfort se enfrentaram em 2011, na chamada “luta do século”. Os brasileiros protagonizaram em Las Vegas, conhecida como a capital mundial da luta, um combate que entraria para a história do MMA.

Afinal, de um lado estava o então campeão peso-médio do UFC, Anderson Silva — considerado o número 1 no MMA mundial e recordista de vitórias e defesas de cinturão no Ultimate.

Do outro, Vitor Belfort, ex-campeão da organização em duas categorias de peso diferentes, um dos lutadores mais cotados para vencer Anderson, por suas características como explosão e agressividade dos golpes.

A duração dessa disputa foi de 3 minutos 25 segundos e encerrou após o Spider acertar um chute frontal no queixo de Belfort. Até hoje esse confronto é considerado uma das grandes lutas do UFC e sem dúvidas contribuiu para a divulgação do esporte no Brasil.

A TVBV transmite, ao vivo, as lutas dos cards principais . Para assistir as demais lutas você acompanha tudo no bandplay.

Fonte: band.com.br