Informação inicial apontava para um descumprimento de regras internas da organização criminosa
Na última quarta-feira (21) a Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou a Operação Decretado, em investigação do assassinato de Carlos Eduardo Doro, jovem de 18 anos executado a tiros em Itajaí, no início de março deste ano. Carlos era integrante da maior organização criminosa do estado catarinense e morreu na entrada do prédio Fazenda Park, na rua Júlio Joaquim Fernandes, onde morava com sua namorada.
A operação policial leva tal nome pois o assassinato teria sido decretado pela própria facção, que teria descoberto uma traição de Carlos. Segundo o delegado da “Decretado”, Eduardo Ferraz, a organização desconfiava que o jovem tivesse passado para a polícia informações que resultaram na morte de outro membro da facção. Na ocasião, a polícia apurava um roubo de veículo no município de Barra Velha. “Ele teria sido ‘decretado’ em função dessa ‘caguetagem'”, informa o delegado.
A cobrança chegou às 23:45 do dia 6 de março, quando Carlos desceu de seu apartamento para encontrar um homem que fingia querer comprar seu cachorro de estimação. Na entrada do prédio, o jovem carregava o pet no colo e chegou a cumprimentar o suposto comprador, que desceu de sua moto e se aproximou caminhando. Em poucos segundos, o homem sacou a arma e disparou diversas vezes, executando Carlos e atingindo também a pata do animal.
Na última quarta (21), a polícia foi atrás de cinco homens investigados por participarem da execução de Carlos, em operação no município de Camboriú. Quatro foram presos, um foi morto a tiros. Quem morreu foi justamente o principal suspeito de ter puxado o gatilho contra Carlos.
Antes desses cinco alvos, outros dois foram encontrados pela polícia: um faleceu em abril, durante troca de tiros, outro foi apreendido ainda em março. Este último é menor de idade, tem 17 anos, e foi apontado como o planejador da emboscada.
Chama a atenção a faixa etária dos membros da facção. De todos os sete suspeitos, o mais velho tem apenas 23 anos. Em ordem crescente: 17, 19, 20, 22, 22, 22 e 23 são as idades dos investigados, todos homens, que não tiveram seus nomes revelados. O homem que morreu na troca de tiros de abril tinha 22 anos. O principal suspeito da execução morreu na quarta-feira (21) aos 19 anos.
“Ou são presos cedo ou morrem cedo. Sempre muito jovens”, declara o delegado Eduardo Ferraz.
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