27 de novembro de 2024
TVBV ONLINE
Policial

Jovem morto em Itajaí teria delatado facção criminosa da qual fazia parte

Informação inicial apontava para um descumprimento de regras internas da organização criminosa

Na última quarta-feira (21) a Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou a Operação Decretado, em investigação do assassinato de Carlos Eduardo Doro, jovem de 18 anos executado a tiros em Itajaí, no início de março deste ano. Carlos era integrante da maior organização criminosa do estado catarinense e morreu na entrada do prédio Fazenda Park, na rua Júlio Joaquim Fernandes, onde morava com sua namorada.

A operação policial leva tal nome pois o assassinato teria sido decretado pela própria facção, que teria descoberto uma traição de Carlos. Segundo o delegado da “Decretado”, Eduardo Ferraz, a organização desconfiava que o jovem tivesse passado para a polícia informações que resultaram na morte de outro membro da facção. Na ocasião, a polícia apurava um roubo de veículo no município de Barra Velha. “Ele teria sido ‘decretado’ em função dessa ‘caguetagem'”, informa o delegado.

A cobrança chegou às 23:45 do dia 6 de março, quando Carlos desceu de seu apartamento para encontrar um homem que fingia querer comprar seu cachorro de estimação. Na entrada do prédio, o jovem carregava o pet no colo e chegou a cumprimentar o suposto comprador, que desceu de sua moto e se aproximou caminhando. Em poucos segundos, o homem sacou a arma e disparou diversas vezes, executando Carlos e atingindo também a pata do animal.

 

Na última quarta (21), a polícia foi atrás de cinco homens investigados por participarem da execução de Carlos, em operação no município de Camboriú. Quatro foram presos, um foi morto a tiros. Quem morreu foi justamente o principal suspeito de ter puxado o gatilho contra Carlos.

Antes desses cinco alvos, outros dois foram encontrados pela polícia: um faleceu em abril, durante troca de tiros, outro foi apreendido ainda em março. Este último é menor de idade, tem 17 anos, e foi apontado como o planejador da emboscada.

Chama a atenção a faixa etária dos membros da facção. De todos os sete suspeitos, o mais velho tem apenas 23 anos. Em ordem crescente: 17, 19, 20, 22, 22, 22 e 23 são as idades dos investigados, todos homens, que não tiveram seus nomes revelados. O homem que morreu na troca de tiros de abril tinha 22 anos. O principal suspeito da execução morreu na quarta-feira (21) aos 19 anos.

“Ou são presos cedo ou morrem cedo. Sempre muito jovens”, declara o delegado Eduardo Ferraz.

Foto: Reprodução