23 de novembro de 2024
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Política

Câmara de Florianópolis acata denúncia para cassar vereador acusado de boicotar suplente

Processo vai ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que tem
até cinco dias para iniciar a análise do caso

A Câmara Municipal de Florianópolis decidiu em sessão ordinária desta terça-feira (26) iniciar o processo de cassação do mandato do vereador Maikon Costa (PL). Por 14 votos a 2, o plenário do parlamento acatou a denúncia do próprio suplente de Costa, o Sargento Márcio Mattos (PL), empossado no dia 1º de setembro. O processo agora vai ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que tem até cinco dias para iniciar a análise do caso.

O documento protocolado por Mattos na última segunda-feira (25) acusa Costa, titular da cadeira, de boicotar suas atividades parlamentares, ordenando que a equipe do gabinete não atendesse a pedidos durante seu mandato temporário de 30 dias. Em entrevista ao Portal TVBV, Costa negou qualquer acusação. “Ele [Mattos] alega que eu impedi ele de usar o gabinete, mas não tomei nenhuma medida de impedimento de usar sala nem algo do tipo”, argumentou.

No entanto, conversas de WhatsApp anexas à denúncia mostram que Jacques Andrade, assessor do gabinete de Costa, admite a Mattos o boicote à atividade legislativa. “Ele [Costa] te pediu para travar minhas solicitações?”, indaga Mattos. “Sim, não quer que eu encaminhe nada. Mas também não vão as dele”, responde Andrade. Costa, por sua vez, disse apenas que não se responsabiliza pela fala de terceiros. Confira a conversa completa no final da matéria.

 

A rixa entre titular e suplente se estende há dias e teve seu estopim na última sexta-feira (22), quando, de acordo com Mattos, Costa teria tentado agredi-lo fisicamente dentro de uma sala da Presidência da Câmara. Ainda segundo a denúncia, a rivalidade se deve à aproximação do Sargento Mattos com a vereadora Maryanne Mattos, líder do Partido Liberal (PL) na Câmara e desafeta pessoal de Costa.

Em sua defesa, Costa alega que não impediu Mattos de exercer qualquer atividade parlamentar e que tampouco houve ameaça ou tentativa de agressão física de sua parte. Pelo contrário, Costa alega que foi seu suplente quem o ameaçou. “Mattos fez uma falsa comunicação de crime, o que, sendo ele um policial militar, chega a ser ridículo”, argumenta. Ainda, o vereador se diz tranquilo quanto ao processo de cassação. “Eu já passei por outras três armadilhas. Não houve qualquer infração. Isso é um jogo politico”, afirma.

Reunião entre Maryanne Mattos e Sargento Mattos que teria irritado Maikon Costa

Desafeto com Maryanne

A renovação do mandato temporário foi justamente o cerne da primeira discussão entre Costa e Mattos. Segundo a denúncia do suplente, Cobalchini questionava Mattos a respeito dessa renovação e, nesse momento, Costa teria invadido o gabinete da Presidência da Câmara afirmando que não renovaria “para um traidor”, em menção a aproximação do suplente com a vereadora Maryanne.

“O Vereador Sargento Mattos questionou o parlamentar licenciado Maikon Costa do porquê estava sendo chamado de traidor, o parlamentar então respondeu que ele (Sargento Mattos) havia ido ao gabinete da Vereadora Maryanne Mattos (PL), fazendo fotos e vídeos com a mesma, e ainda informou que ela seria sua maior inimiga dentro da Câmara de Vereadores”, diz um trecho do pedido de cassação.

“Eu não escondo a relação truncada com a vereadora Maryanne. É evidente que ela construiu uma situação junto com ele [Mattos]”, declarou Costa. Segundo Mattos, a aproximação não passaria de uma cordialidade feita pela vereadora Maryanne, a qual, sendo líder do partido, convidou o suplente de Costa ao gabinete se colocou “à disposição caso o vereador precisasse de algo”.

Veja a conversa entre Sargento Mattos e o assessor do gabinete de Maikon Costa

Fotos: Internet / Reprodução