O deputado se pronunciou nas redes sociais, não como parlamentar, mas como morador de Blumenau, e que desde criança sofre com a enchentes, na própria casa. Disse que acompanha esse processo desde quando era vereador. Tratou da questão com vários governadores. No entanto, fez forte menção sobre a decisão de Jorginho Mello de intervir na Barragem de José Boiteux, e de ter colocado a PM para tomar conta do lugar. Citou que há muito tempo faltava um homem de coragem para tomar esta decisão. Segundo o deputado, a região da Barragem é ocupada por um conjunto de sete aldeias e com sete caciques diferentes, o que torna difícil qualquer acordo, complicando o avanço das negociações. E foi além. Disse que existe um processo dentro do sistema das aldeias, controlado pela Funai, amparados muitas vezes pelo Ministério Público Federal, pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e um ciclo político vicioso que sustenta todo o sistema, que não permite os acordos. Ele não aceita que a cada rodada de conversação, a comunidade indígena coloque novas exigências, impedindo a reforma da Barragem. Disse que precisa um basta. O Estado não pode mais ficar refém de uma comunidade que há muito tempo deixou de ser puramente indígena. (Foto: Bruno Collaço / Agência AL)
Previsões se confirmam e cidades inundadas pedem socorro
Torna-se difícil falar de política, sem antes pensar na situação de centenas de famílias, de vários municípios, que estão hoje com suas casas tomadas pelas águas. As previsões de enchentes se confirmaram. Para muitos, a repetição de um drama já vivido antes. Em Lages, onde moro, na Av. Belizário Ramos, a água do Rio Carahá está alta, e completamente parada. É o indício do represamento dela, com outro rio, o Caveiras. O resultado é mais uma vez, a inundação de casas em alguns bairros. Entre eles os mais atingidos, o Caça e Tiro, Habitação e o Universitário. Há outros obviamente, com ruas pontuais completamente alagadas. O que dizer então da situação de outros municípios do Vale do Itajaí e no Sul do Estado.
Ajuda concentrada
As previsões antecipadas ajudaram na mobilização dos governos municipais e estadual. Nesse ponto, nenhuma crítica. O próprio governador Jorginho Mello abdicou de todas as agendas políticas para, pessoalmente coordenar, juntamente com a Defesa Civil, todo o processo de auxílio aos catarinenses afetados. Não arredou o pé nenhum momento. Tem administrado a crise ocasionada pela chuva de forma integral. Todas as forças do Estado estão à disposição e trabalhando para salvar vidas e minimizar o sofrimento das famílias atingidas. É também o momento de união para que nada falte. Campanhas estão sendo organizadas para o envio de alimentos, água, e material de limpeza. Tudo se faz necessário, em nome da solidariedade. Nos municípios, há providências sendo tomadas também pelos prefeitos, com a organização de abrigos para famílias que tiveram que deixar as suas casas. Aulas foram suspensas nas escolas públicas municipais, estaduais, e em universidades.
Repercussão de José Boiteux
Decisão do governador Jorginho Mello, de fechar as comportas da Barragem de José Boiteux, foi a mais acertada. A necessidade de conter o volume de água do Rio Itajaí Açu, no Vale do Itajaí, uma das regiões mais castigadas pela enchente, precisava de uma atitude. E ela foi tomada. Porém, ocorreu tudo de uma forma inesperada. A atitude das comunidades indígenas, na tentativa de impedir o fechamento das comportas, e que foram motivadas pelo receio também de suas casas serem tomadas pelas águas, criou uma situação inusitada, e o confronto foi inevitável, com repercussão nacional. Os indígenas foram retirados das imediações da barragem com rigor pelas forças policiais. Diante do ocorrido, o governador deu início a novas negociações com a comunidade indígena do loca, ainda no sábado, 7. Segundo o Governador, todos os itens da pauta de reivindicação foram e serão atendidos pelo Governo do Estado.
Registros que a gente lamenta
O município de Taió, no Vale do Itajaí, é um dos que está em séria situação. No centro e nos bairros, a água cobre as casas. Há todo um trabalho de resgate às pessoas ilhadas em segundo pisos de casas, também de animais. Segundo a Defesa Civil municipal, o centro do rio atingiu 11,25 metros às 22h, de domingo (8). Já em Lages, lembro que foi encomendado um estudo para prevenir futuras enchentes. Ele foi feito. Na época, o prefeito Antonio Ceron, na primeira gestão, dizia que era preciso ter um diagnóstico claro, para atuar na contenção das águas sem “achismo”. Pois bem. O estudo ficou pronto, e nenhuma atitude foi tomada. Nunca mais se falou nele. Enquanto isso, as enchentes continuam, sem que as providências sugeridas no diagnóstico fossem tomadas;