Prática é enquadrada como crime de maus-tratos aos animais
Um homem foi preso nesse domingo (24), durante uma fiscalização realizada pela Polícia Militar de Santa Catarina, enquanto transportava um bovino que seria utilizado na prática ilegal da “Farra do Boi”, em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis.
Segundo a PMSC, a ação preventiva faz parte da Operação Quaresma, que tem como objetivo realizar fiscalizações e ações preventivas para evitar que a Farra do Boi chegue a acontecer, contribuindo para a proteção dos animais e a promoção do respeito à vida.
O homem foi autuado por maus-tratos ao animal, conforme previsto na Lei 17.902/2020, que estipula uma multa de R$ 10 mil para quem promover e transportar animais para a prática da Farra do Boi. Além disso, o envolvido foi detido por embriaguez ao volante, uma vez que se encontrava sob influência de álcool no momento da abordagem.
O autor foi conduzido para a delegacia de Polícia Civil, para as providências legais cabíveis, e o animal foi recolhido pelo Grupo de Operações e Resgate (GOR). As denúncias dessas práticas podem ser feitas através do 190 ou do aplicativo PMSC Cidadão.
Prática ilegal
A “Farra do Boi” é um evento praticado no litoral de Santa Catarina, que consiste em soltar um bovino em um terreno ou rua e “farrear”, fazendo o animal correr atrás das pessoas que participam, levando o animal à exaustão. Após a brincadeira, o animal é devolvido aos pastos e abatido ou usado novamente para a Farra. A prática é considerada ilegal no Brasil desde 1998, mas ainda acontece.
A prática teria sido trazida ao Brasil por imigrantes açorianos entre 1748 e 1756, e modificou-se com o passar do tempo. Os adeptos da prática a justificam como cultura, enquanto grupos defensores dos direitos dos animais a consideram cruel e degradante, ou seja, uma forma de tortura.
Foto: PMSC