Mais de 230 unidades de ensino em 18 unidades federativas confirmaram paralisação nesta quarta-feira
Servidores federais que atuam na área de educação iniciarão, a partir de quarta-feira (3), uma greve nacional por tempo indeterminado que, segundo o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), contará com a adesão de mais de 230 unidades de ensino em pelo menos 18 unidades federativas.
Além de uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, os servidores pedem também reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes; a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”; bem como a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
Aprovada durante rodadas de assembleias realizadas desde o dia 18 de março em 29 seções sindicais, a greve será nacional e por tempo indeterminado, conforme informado no dia 28 de março documento protocolado junto aos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, da Defesa e da Educação, bem como ao Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Santa Catarina
IFC
Em Santa Catarina, 12 unidades do Instituto Federal Catarinense comunicaram a adesão à greve por tempo indeterminado do Sinasefe:
- IFC – Concórdia
- IFC – Reitoria
- IFC – Araquari
- IFC – Blumenau
- IFC – Brusque
- IFC – Camboriú
- IFC – São Bento do Sul
- IFC – São Francisco do Sul
- IFC – Ibirama
- IFC – Rio do Sul
- Campus IFC Santa Rosa do Sul
- Campus IFC Sombrio
IFSC
Já a sessão sindical do Instituto Federal de Santa Catarina do Sinasefe informou que fará uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira (3), além de uma série de atividades de mobilização. Apesar de ainda não aderir à greve, a instituição orienta para a realização de ações como parte do calendário de lutas da Campanha Salarial 2024 organizada pelo Fonasefe.
Em Florianópolis, a mobilização começa pela manhã, no Hall de entrada do Câmpus da Mauro Ramos, com atividades para toda a comunidade escolar. À tarde, a partir das 14h os servidores se reúnem novamente em assembleia híbrida para decidir sobre a possibilidade de aderir à greve por tempo indeterminado, aprovada pelo Sinasefe Nacional. Os Campi de fora da região da Grande Florianópolis devem participar online de forma coletiva.
UFSC
Já os servidores da Universidade Federal de Santa Catarina devem decidir também nesta quarta-feira se irão aderir à paralisação por tempo indeterminado. A Apufsc-Sindical convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que terá como pauta única a possibilidade de paralisação da categoria docente da UFSC. A AGE inicia às 9h, no auditório do Espaço Físico Integrado (EFI), no campus da universidade em Florianópolis.
A decisão será tomada a partir de uma votação online no site do sindicato. Filiados e filiadas poderão votar entre às 18h de quarta e 18h de sábado (6). Se a greve for aprovada pela maioria, o sindicato tem 72 horas para comunicar a Reitoria e outras partes envolvidas antes de iniciar a paralisação, conforme prevê a Lei de Greve.
Governo
Contatado pela Agência Brasil, o Ministério da Gestão informou que, em 2023, viabilizou, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, reajuste linear de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio-alimentação.
“Esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos”, destacou a pasta, ao acrescentar que, no segundo semestre de 2023, iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024.
Ainda de acordo com o ministério, como parte desse processo foram abertas mesas específicas para tratar de algumas carreiras.
“A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, informou o ministério.
No caso específico da carreira de técnicos-administrativos educacionais, dois ministérios (o da Gestão e o da Educação) criaram grupo de trabalho para tratar da reestruturação do plano para cargos técnico-administrativos em educação.
No dia 27 de março, o relatório final do grupo foi entregue à ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, para servir de “insumo” para a proposta de reestruturação de carreira que será apresentada na mesa de negociação.
Com informações de Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil