Foto: Lauro Alves/Secom RS
Governador detalhou plano de assistência, reestabelecimento e reconstrução do estado
Cálculos iniciais das equipes técnicas do Rio Grande do Sul indicam que serão necessários pelo menos R$ 19 bilhões para a reconstrução do estado após a maior catástrofe climática já registrada. Os valores foram apresentados pelo governador Eduardo Leite em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (9).
Somente os investimentos iniciais de resposta à catástrofe, que incluem o reforço das forças de segurança e a estrutura emergencial de Governo, custarão valores na casa dos R$ 218,6 milhões. Em seguida, Eduardo Leite apresentou e detalhou o plano de Assistência, Reestabelecimento e Reconstrução que será posto em ação para recuperar a estrutura e a população do Rio Grande do Sul.
A etapa de Assistência, que terá custo de R$ 7,2 bilhões, consiste em prover necessidades humanas básicas à população afetada. O valor será aplicado na construção de abrigos, casas de passagem e aluguel social; em benefício extraordinário para população em situação de pobreza e extrema pobreza; no cofinanciamento da Assistência Social dos municípios; e no custeio em saúde.
Já a etapa de Reestabelecimento, que prevê a aplicação de aproximadamente R$ 7,2 bilhões, dá continuidade aos trabalhos de rescaldo dos estragos com a desobstrução de vias e construção de acessos alternativos; restabelecimento de serviços de água, energia e comunicação; limpeza de casas e estabelecimentos; remoção de escombros e destinação de entulhos e animais; e a desmontagem de edificações e estruturas comprometidas.
Por fim, a Reconstrução do estado será a mais cara, com valores aproximados de R$ 9 bilhões. As ações preveem a reconstrução e recuperação de rodovias, estradas e pontes; reconstrução total ou parcial de edificações e equipamentos públicos afetados, entre escolas, postos de saúde, casas prisionais, etc.; reforma e construção de unidades habitacionais; reurbanização dos locais atingidos e novos loteamentos, incluindo a iluminação, saneamento, e a pavimentação; apoio aos negócios e à produção local; apoio à reconstrução e restabelecimento das unidades de produção agropecuária ; e medidas ambientais para recuperação de ecossistemas degradados
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Segundo Leite, estas projeções são estimativas baseadas na resposta atual, nos levantamentos já realizados e também nas estimativas comparadas a partir dos esforços empregados para responder ao maior desastre anterior, registrado no Vale do Taquari em setembro de 2023. “O efeito das enchentes e a extensão da tragédia são devastadores”, afirmou o governador gaúcho.
Vidas afetadas
Durante a coletiva desta quinta-feira, Eduardo Leite apresentou também os números de pessoas afetadas e também as resgatadas desde o início da catástrofe climática, no último dia 26 de abril. No total, 428 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas chuvas intensas e as enchentes, que afetaram mais de 1,48 milhão de pessoas.
Atualmente, 67,5 mil pessoas estão nos mais de 400 abrigos montados em diferentes cidades do estado. Cerca de 165 mil estão desalojadas.
O balanço revela também que 374 pessoas ficaram feridas, 136 estão desaparecidas e 107 morreram em decorrência de deslizamentos e das enchentes. Uma morte segue em investigação da causa.
Quanto aos resgates, o Governo do Rio Grande do Sul afirma que 70,2 mil pessoas e quase 10 mil animais já foram retirados de locais de perigo. As operações de resgate contam com um efetivo de 26,7 mil agentes mobilizados e 1 mil chamados, além do reforço de efetivo de 436 pessoas vindas de outros estados.
Bombeiros catarinenses em solo gaúcho
No momento, 49 bombeiros militares e 4 cães de busca de Santa Catarina atuam em solo gaúcho, com uma estrutura de 12 viaturas, 17 embarcações, 11 motores de popa, 1 mini escavadeira, 1 Auto Posto Comando (APC), 2 caminhões, 1 quadriciclo, drones e equipamentos para resgate em áreas deslizadas.
Desde o início das operações em resposta ao desastre no Rio Grande do Sul no último dia 1º, as equipes de Força-tarefa do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina já resgataram cerca de 2.350 pessoas e mais de 400 animais.