Foto: Metsul
Série de quatro tremores foi detectada por instituições especializadas na área
Na madrugada desta segunda-feira (13), a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), em cooperação com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) e o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), detectou uma série de quatro tremores de terra na região da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul.
Os tremores, com magnitudes entre 2,3 e 2,8, ocorreram nos municípios de Caxias do Sul, Pinto Bandeira e Bento Gonçalves, despertando moradores e causando preocupação na população local. Relatos indicam que os abalos foram acompanhados por um “estouro”, levando muitas pessoas a saírem às ruas durante a noite.
Embora o Corpo de Bombeiros de Caxias do Sul tenha recebido diversos chamados entre 3h e 4h da manhã, não houve necessidade de interdição de áreas, conforme afirmado pela corporação. Apesar de haver suposições sobre a queda da ponte entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul estar relacionada com os tremores, a ponte já estava apresentando rachaduras e danos estruturais antes do ocorrido, sendo até mesmo interditada para maior segurança dos moradores.
Os registros sísmicos indicam que o primeiro tremor ocorreu às 1h48, com magnitude de 2,4 e epicentro em Bento Gonçalves, seguido por outros três eventos em Pinto Bandeira e Caxias do Sul. Os tremores ocorrem em um contexto de chuvas intensas e inundações no estado, levantando a questão de uma possível relação entre os eventos sísmicos e as condições climáticas.
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O sismólogo do Centro de Sismologia da USP, Bruno Collaço, menciona que embora seja raro, não se pode descartar a possibilidade de os tremores estarem relacionados às chuvas. A região de Caxias do Sul registrou acumulados de chuva entre 200 mm e 250 mm nos últimos dias, contribuindo para um cenário de instabilidade no terreno.
A Serra Gaúcha possui um histórico de ocorrências sísmicas, com eventos de magnitudes entre 2.0 e 3.0 mR sendo relativamente comuns. Nos últimos dez anos, a região já contabilizou 27 tremores de terra, destacando a importância da monitorização contínua desses fenômenos para compreender e mitigar seus impactos na comunidade local.