Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Casos da doença têm aumentado após as enchentes
A Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou nessa quarta-feira (29) o sexto e o sétimo óbitos por leptospirose relacionados às enchentes no estado. As vítimas são dois homens, de 56 e 59 anos, residentes em Porto Alegre e Canoas. O estado gaúcho já soma 141 casos da doença. Mais 10 mortes são investigadas.
Nos dois óbitos divulgados, a confirmação foi possível após o resultado positivo da amostra analisada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), em Porto Alegre. O óbito do morador de Canoas foi em 21 de maio, enquanto o da capital ocorreu no dia 23.
O Lacen tem enfrentado ainda enfrentando desafios significativos na padronização das informações vindas de múltiplas fontes de dados, cada uma com seus próprios campos e variáveis, o que dificulta a integração e análise consistente. O cenário torna a validação e consolidação dos dados um processo demorado e complexo.
A leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados, que pode vir a estar presente na água ou lama em locais com enchente.
Mesmo que seja uma doença endêmica, com circulação sistemática, episódios como alagamentos aumentam a chance de infecção. Por isso, é importante que a população procure um serviço de saúde logo nos primeiros sintomas: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios.
O contágio pode ocorrer a partir do contato da pele com água contaminada, além de mucosas. Os sintomas surgem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação, podendo chegar a 30 dias.
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Outros casos e óbitos já haviam sido registrados antes do período de calamidade pública enfrentado pelo Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2024, até 19 de abril, ocorreram 129 casos e seis óbitos. Em 2023, foram 477 casos com 25 óbitos.
Tratamento
O tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial. Nos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.
Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.