Existem mais de 16,8 milhões de diabéticos no Brasil. Imagem: Freepik
A doença pode provar muitas complicações como problemas cardíacos e vasculares
Nesta quarta-feira (26) é comemorado o Dia Nacional do Diabetes e a data serve de alerta. Segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), a estimativa da incidência da doença no Brasil em 2030 é de 21,5 milhões de pessoas. Atualmente o Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, são 16,8 milhões de doentes adultos entre 20 e 79 anos, perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, 2.361 perderam a vida apenas no ano de 2021 em Santa Catarina. No período de 2012 a 2022 foram registradas 46.721 internações pela doença no estado. A estimativa é mais de 450 mil pessoas convivam com esta condição crônica no estado.
Informações da Federação Internacional de Diabetes mostram que até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem por causas relacionadas a problemas cardíacos. Mundialmente os índices superam os óbitos provocados pelo HIV, tuberculose e câncer de mama.
O cardiologista Flávio Cure, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Europeia de Cardiologia, chama a atenção para as complicações cardiovasculares que o diabetes não controlado com medicamentos, atividade física e alimentação saudável pode causar. Entre elas, a hipertensão, infarto do miocárdio, angina de peito, acidente vascular cerebral e aneurisma vascular. O especialista reforça que o risco de infarto diminui controlando os fatores de risco, como o nível de glicose, de colesterol, a falta de exercícios e o tabagismo.
Diabetes Mellitus
A doença é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina no organismo ou de sua incapacidade de exercer adequadamente seus efeitos, causando de forma permanente altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia). Muitas pessoas desconhecem que têm diabetes porque os sintomas da doença muitas vezes passam despercebidos.
A recomendação é que sejam realizados check-ups médicos periódicos sejam realizados. “Todo mundo deve fazer. Um sintoma do diabetes que é muito frequente e que, às vezes, passa despercebido, é que a pessoa começa a ficar com mais sede e urinar mais. Na maioria das vezes, em sua fase inicial, o diabetes tipo 2 é assintomático”, explica o cardiologista Flávio Cure.
Os sintomas do diabetes incluem cansaço crônico e falta de energia para atividades corriqueiras. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) ressalta que a incidência de infarto agudo do miocárdio e AVC é semelhante, mas representa o dobro quando comparada a pessoas sem diabetes.
Os diabéticos podem sofrer também disfunção que afeta o sistema nervoso simpático e parassimpático, causando desmaios. Outro problema é o acidente vascular cerebral (AVC) que, no diabético, pode ser confundido com uma hipoglicemia. A doença também provoca insuficiência vascular que pode causar gangrena e até mesmo a amputação dos membros inferiores.
Saúde renal
O aumento dos níveis de açúcar no sangue afeta o organismo de uma forma sistêmica, sobrecarregando, principalmente, os rins. De acordo com o último Censo Brasileiro de Diálise, de 2023, publicado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, 32% dos pacientes em diálise têm diabetes.
Exercício é uma forma de prevenção
Um estudo publicado recentemente no British Journal of Sports Medicine revela que pessoas que praticam mais exercícios, de intensidade moderada a vigorosa, têm menor probabilidade de desenvolver diabetes mellitus tipo 2, principalmente aquelas com alto risco genético.
A médica Rosita Fontes, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), afirma que a prática de atividades físicas previne e controla os níveis de açúcar. Pois quando os músculos estão trabalhando usam a glicose do sangue para produzir energia. Em consequência, a insulina que o corpo fabrica age melhor e as taxas de glicemia diminuem.
A endocrinologista destaca que o exercício físico é sempre saudável e essencial para quem já tem diabetes (do tipo 2 ou do tipo 1), porque ajuda a controlar a doença, potencializando o tratamento medicamentoso. A médica recomenda que antes de iniciar a prática de exercícios físicos as pessoas devem consultar um o médico para a avaliação das condições físicas.
(Com informações da Agência Brasil)