Fotos: PF/Divulgação
Grupo com sede em Itajaí é investigado pelo transporte de mais de 4 toneladas de cocaína e tem R$ 20 milhões em bens bloqueados
O chefe de uma organização criminosa que era contratada para realizar o transporte de grandes quantidades de drogas entre o Brasil, Europa e África foi preso na manhã desta terça-feira (2) em um apartamento de luxo em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina. O mandado de prisão foi cumprido pela Polícia Federal no âmbito da Operação Narcopesca, que cumpre também bloqueios e apreensões que já ultrapassam R$ 20 milhões.
A 22ª Vara Federal de Porto Alegre expediu ao todo cinco mandados de prisão preventiva, sendo que três foram cumpridas e outros dois investigados estão foragidos. Segundo o Delegado da Polícia Federal Roger Soares Cardoso, um dos alvos estava em Florianópolis, e era comandante de uma das embarcações que recepcionaria um carregamento de haxixe vindo da África.
A Justiça decretou também seis mandados de busca e apreensão, o sequestro de 13 imóveis, 11 veículos e nove embarcações, além do bloqueio de contas bancárias de 12 pessoas e sete empresas. Além de SC, os mandados são cumpridos nos estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Cleberson Alminhana, Delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, afirma que as apreensões totais da Operação podem chegar à casa dos R$ 30 milhões.
A Operação Narcopesca tem como alvo esta organização criminosa, com sede em Itajaí. A investigação aponta que o grupo foi contratado para realizar o transporte de aproximadamente 4,6 toneladas de cocaína que iriam para Europa e três toneladas de haxixe que viriam para o Brasil do continente africano. A logística era realizada com embarcações pesqueiras, de apoio marítimo e veleiros
A Polícia Federal também conseguiu relacionar alguns dos investigados no flagrante ocorrido em 29 de fevereiro deste ano, que tentou inserir 21 kg de cocaína no casco de um navio que partiria do Porto de Rio Grande com destino a Portugal.
Os investigados poderão responder pelos crimes tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Se condenados, estarão sujeitos a uma pena de até 33 anos de prisão.
Veja imagens da operação de hoje
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Operação Hinterland
As investigações da Operação Narcopesca tiveram início em decorrência da deflagração da Operação Hinterland, ocorrida em março de 2023. O objetivo foi a repressão do tráfico transnacional de drogas por meio marítimo, da América do Sul para a Europa.
Na ocasião, 200 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal do Brasil cumpriram 534 ordens judiciais, incluindo 17 mandados de prisão preventiva, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, bem como na cidade de Assunção, no Paraguai.