O acusado não pode em liberdade. Imagem: MPSC.
Familiares comemoram a pena de mais de dois séculos de prisão em regime fechado
Após 11 horas de julgamento foi divulgada, na noite de quinta-feira (30) a pena do autor do ataque a creche em Blumenau onde quatro crianças morreram e outras cinco ficaram feridas. O réu foi condenado a 220 anos de prisão, em regime fechado, e sem a possibilidade de recorrer em liberdade.
O resultado não trouce as vítimas de volta, mas foi o final de um ciclo para os familiares das crianças. “Sabemos que nada vai trazer nossas crianças de volta. Não existe pena para trazê-las de volta, mas pelo menos saímos daqui um pouco mais aliviados para tocar a nossa vida e poder virar essa página. Esquecer, jamais. A dor será eterna, mas precisamos seguir a nossa caminhada”, comentou a diretora da creche Cantinho Bom Pastor, Alconides Ferreira de Sena
Após a leitura da sentença condenando o réu a pena de mais de dois séculos, as famílias se abraçaram pela conquista. “A justiça foi feita. Nenhum pai e nenhuma mãe merecem passar por uma dor desta”, disse Paulo Edson da Cunha Junior, pai de uma das vítimas fatais.
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Já Lidiane Cristina da Cunha, tia e madrinha de outra vítima, disse que o réu não tem mais condições em viver em sociedade. “Os crimes mais cruéis que ele poderia cometer, ele já executou, e espero que ele fique lá dentro porque não tem mais como conviver entre nós. Não trará as crianças de volta. Nosso ninho vai continuar vazio, mas isso fecha um ciclo, de apreensão, de espera pela Justiça”, destacou emocionada.
O julgamento
A movimentação no Fórum de Blumenau começou cedo com o reforço da segurança e a chegada de parentes das vítimas que com lágrimas recordavam a tragédia. No salão do júri o Conselho de Sentença foi formado. Pela manhã foram ouvidas quatro testemunhas de acusação, uma da defesa e o acusado.
Durante a tarde foi a vez dos debates da defesa e da acusação. Ao final ele foi condenado por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa das vítimas e pelo fato de os crimes terem sido praticados contra menores de 14 anos.
Para promotor de Justiça, Rodrigo Andrade Viviani, essa é uma resposta para a sociedade. “Acreditamos que a pena aplicada de 220 anos de reclusão representa uma forma de se aplicar a justiça por um crime tão grave que comoveu nossa cidade, o país e a comunidade internacional”, comentou.
Por sua vez promotor de Justiça Guilherme Schmitt declarou que foi um júri com uma forte carga emocional. “Buscamos a pena máxima que a legislação permite para que ele cumpra o máximo possível e, de fato, os jurados acolheram o nosso pedido”, completou.