19 de setembro de 2024
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Pagers do Hezbollah explodem após serem adulterados

Explosivos foram implantados nos equipamentos eletrônicos. Imagem: Reprodução Telegran.

No total 11 pessoas morreram e 4 mil ficaram feridas, sendo 400 em estado grave

Esta foi a maior quebra de segurança no Hezbollah desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Até o momento 11 pessoas morreram e 4 mil ficaram feridas, sendo 400 em estado grave. O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, perdeu um dos olhos com a explosão. As explosões ocorreram, na terça-feira (17), de forma simultânea depois que todos os pagers utilizados pelo grupo extremista receberam uma mensagem codificada.

O dispositivo eletrônico, popular entre os anos 1980 e 1990, utiliza ondas de rádio e foi escolhido pelo do Hezbollah para evitar o rastreamento de celulares que podem apontar a localização do usuário. O Hezbollah iniciou uma investigação e o único suspeito do atentado é Israel. Os 5 mil pagers comprados foram pelo Hezbollah no início deste ano foram recheados com explosivos quando foram fabricados, ou durante a remessa da Hungria para o Líbano.

As autoridades libanesas acusam Israel, no que parece ter sido um ataque sofisticado e remoto em um momento de tensões crescentes na fronteira com o Líbano. Os militares israelenses, até o momento, não comentaram as explosões.

As detonações precisaram ser adiantadas depois que dois agentes do Hezbollah descobriram que os aparelhos eram bombas esperando o disparo remoto. O Irã acusou Israel de “assassinatos em massa” e mandou a Beirute equipes de resgate e vários cirurgiões de olhos, uma das áreas mais afetadas pela explosão dos pagers. O Hezbollah promete retaliação contra Israel. O líder Hassan Nasrallah vai se pronunciar na quinta-feira (19).

No total 11 pessoas morreram e 4 mil ficaram feridas. Imagem: Redes Sociais.
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Histórico de explosões

Durante os anos 90, Israel explodiu o celular de um terrorista acusado de matar 70 pessoas em atentados. Era Yahya Aiash, conhecido como “O Engenheiro”, especialista em fabricar bombas. Houve outros celulares que explodiram entre palestinos da OLP na Cisjordânia.

Para que isso fosse possível, era preciso trocar o celular das vítimas por outros adulterados, ou esperar que o levassem para reparos. Agora, hackers israelenses penetram em celular para implantar aplicativos de espionagem.

Fabricação

O pagers que explodiram levavam a marca da indústria taiwanesa Gold Apollo, mas a empresa de tecnologia negou ter fabricado os equipamentos modelo AR-924 que explodiram em massa no Líbano. De acordo com a Gold Apollo, eles foram feitos por uma empresa europeia chamada BAC que tinha a licença da marca.

“De acordo com o acordo, autorizamos a BAC a usar nossa marca registrada para vendas de produtos em regiões específicas, mas o design e a fabricação dos produtos são totalmente controlados pela BAC”, disse a Gold Apollo em um comunicado. “Nós apenas fornecemos autorização de marca registrada e não temos nenhum envolvimento na fabricação do design deste produto”, acrescentou a empresa.