Tilápias catarinense passam por melhoramento genético. Imagem: Epagri.
Exportação brasileira do pescado cresceu 72% no segundo trimestre e SC é o 4º maior produtor do país
A tilápia é o peixe mais exportado pelo Brasil representando 92% de todo o pescado comercializado com o exterior. Apenas no segundo trimestre de 2024 a venda da espécie teve um aumento de 72%. Com isso, o Brasil é o quarto maior produtor de tilápia do mundo.
A expectativa é que o comércio com os Estados Unidos, o maior comprador e responsável por 87% do total, aumente ainda mais e o Brasil pode se tornar o maior fornecedor americano. Parte se deve ao Governo brasileiro que deixou de exigir a certificação sanitária internacional para a exportação de pescados que vai trazer mais facilidade e agilidade no processo.
O acumulado nos seis primeiros meses deste ano foram de quase 24 milhões de dólares. Ao contrário da maioria das espécies marinhas que são capturadas, as tilápias são de água doce e produzidas em cativeiro. No segundo trimestre de 2024, a exportação de peixes de cultivo cresceu 72% em relação ao primeiro trimestre, com faturamento de US$ 23,7 milhões. O Paraná foi o estado responsável por 81% do total da espécie vendida para o exterior.
Produção catarinense
Atualmente Santa Catarina é o quarto maior produtor de peixes cultivados do país, mesmo com clima e relevo como fator limitador. Este resultado se deve ao programa de melhoramento genético da tilápia da Epagri que há cerca de 10 anos adaptada a tilápia às características de clima e cultivo catarinense.
A pesquisa já resultou em um ganho de crescimento dos animais de 33,9%. O crescimento médio da linhagem aperfeiçoada pela Epagri nos meses mais quentes pode chegar a mais de 4g por dia, já nos mais frios o ganho pode chegar a 2g por dia. A rentabilidade média dos cultivos acompanhados entre 2019 a 2022 foi de 32,4%, representando um lucro operacional na média de R$54.900 mil por hectare.
Análise de DNA
Os resultados expressivos também se devem a alta tecnologia com o melhoramento genético. Esse trabalho envolve a marcação individual dos peixes pesquisados com nanochips instalados nos animais e com a análise do DNA de cada animal.
Além de extrair o DNA, são aplicadas metodologias de biologia molecular para identificar a diversidade genética existente entre os animais e as famílias de reprodutores. Com isso, podem ser identificados os peixes mais resistentes ao frio e a doenças.
