Com informações de Band.com.br | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Polícia Federal encaminhou relatório final da investigação ao STF
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Walter Braga Netto e outras 35 pessoas no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A conclusão das investigações aponta para a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo em 2023. As penas para os crimes atribuídos pela PF podem chegar a 30 anos de prisão como pena máxima.
Outros indiciados são o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
As provas que embasam o indiciamento foram obtidas por meio de diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas autorizadas pelo poder Judiciário.
Penas previstas para cada crime:
- Tentativa de golpe de Estado: 4 a 12 anos
- Tentativa de abolição do Estado democrático de direito: 4 a 8 anos
- Organização criminosa: 5 a 10 anos
Segundo nota da PF, as investigações apontaram que os investigados criaram uma divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos: Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado; Núcleo Jurídico; Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas; Núcleo de Inteligência Paralela e Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
Além dos atos criminosos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília, o inquérito apura o recém-descoberto planejamento de atentados contra Lula, Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes após as eleições de 2022.
Nesta semana, quatro militares e um policial federal foram presos por envolvimento nos planos. A Operação Contragolpe foi baseada em dados apagados e recuperados de aparelhos eletrônicos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro que prestará novo depoimento nesta quinta-feira (21) devido a contradições em sua delação.
Segundo a investigação, o planejamento dos assassinatos chegou a ser discutido na casa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na então chapa de Jair Bolsonaro.
Veja a lista completa dos indiciados pela PF no inquérito sobre tentativa de golpe
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Alexandre Castilho Bittencourt Da Silva
- Alexandre Rodrigues Ramagem
- Almir Garnier Santos
- Amauri Feres Saad
- Anderson Gustavo Torres
- Anderson Lima De Moura
- Angelo Martins Denicoli
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira
- Bernardo Romão Correa Netto
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
- Carlos Giovani Delevati Pasini
- Cleverson Ney Magalhães
- Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
- Fabrício Moreira De Bastos
- Filipe Garcia Martins
- Fernando Cerimedo
- Giancarlo Gomes Rodrigues
- Guilherme Marques De Almeida
- Hélio Ferreira Lima
- Jair Messias Bolsonaro
- José Eduardo De Oliveira E Silva
- Laercio Vergilio
- Marcelo Bormevet
- Marcelo Costa Câmara
- Mario Fernandes
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Nilton Diniz Rodrigues
- Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
- Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
- Rafael Martins De Oliveira
- Ronald Ferreira De Araujo Junior
- Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
- Tércio Arnaud Tomaz
- Valdemar Costa Neto
- Walter Souza Braga Netto
- Wladimir Matos Soares