15 de janeiro de 2025
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Conheça a trajetória do jovem tenista João Fonseca

O tenista está disputando o Aberto da Austrália. Imagem: Reprodução / Redes Sociais.

O brasileiro causou alvoroço o mundo do tênis ao vencer Andrey Rublev, atual nono melhor tenista do mundo na estreia no Australian Open

Com 14 vitórias seguidas o jovem tenista de 18 anos João Fonseca vem ganhando as manchetes nas últimas semanas. São dos dois títulos seguidos e uma estreia memorável no Aberto da Austrália na última terça-feira (14), com a vitória sobre o russo Andrey Rublev, número nove do mundo. O sucesso do brasileiro está sendo moldado nos últimos anos com o apoio da família do tenista. Ele conta com uma equipe estruturada e até mesmo a ajuda indireta da lenda do tênis suiço Roger Federer.

Por pouco João não optou pelo futebol antes das quadras de tênis e também quase largou tudo para jogar tênis universitário nos Estados Unidos, longe dos holofotes da mídia e da Associação dos Tenistas Profissionais, a ATP. “Até os 11 anos, eu era mais da escolinha de futebol do que do tênis. Até que um dia tive uma lesão mais dura, um tombo muito feio no futsal. Botei na minha cabeça que era um esporte muito perigoso, de muito impacto. E fui focando no tênis. Me apaixonei pelo esporte”, diz o jovem atleta, torcedor do Flamengo.

Entrar no mundo dos esportes foi algo praticamente inevitável para o carioca, uma vez que a prática esportiva é quase uma regra da família. A mãe joga vôlei e chegou a ser profissional, ainda pratica kitesurf e pedala. Já o pai surfa e também gosta de ciclismo e kitesurf.

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Estrutura familiar

Os pais de Fonseca tem larga experiência em gestão profissional e atuam diretamente na carreira do jovem tenista. Christiano Fonseca Filho é do mercado financeiro e é sócio cofundador da IP Capital. Roberta Fonseca, a mãe do tenista, já organizou evento esportivos. Eles cuidam da gestão da carreira de Fonseca, com presença constante nos torneios. Os recursos da família ajudaram Fonseca a construir uma equipe técnica consolidada, estrutura até incomum para tenistas tão jovens. O time é encabeçado pelo técnico Guilherme Teixeira, com o apoio do fisioterapeuta Egídio Magalhães Júnior e do preparador físico Emmanuel Jimenez.

Pelo menos dois deles acompanham Fonseca em todos os torneios do calendário, o que é quase um luxo no tênis brasileiro. Para efeito de comparação, Beatriz Haddad Maia, número 1 do Brasil e Top 20 do mundo, precisou de anos de circuito para ter uma equipe que a acompanhasse em quase todas as competições. Os impedimentos são os custos elevados de bancar dois ou três profissionais em torneios pela Europa, Ásia e Estados Unidos. O tenista precisa pagar, além do salário, passagens aéreas, diárias de hotel, alimentação e transporte local dos membros da equipe.

João com os pais em Búzios, no Rio de Janeiro. João Fonseca no Austrália Open. Imagem: Reprodução / Redes Sociais.

O técnico, Guilherme Teixeira, trabalha com tenista desde que era adolescente com 12 anos de idade. “O Guilherme é quase um pai pra mim. Tive a sorte de conhecê-lo quando eu tinha 12 anos e treinava no Country Club (de Ipanema, no Rio de Janeiro)”, conta o tenista. “Converso com ele sobre qualquer coisa, só tenho a agradecer por tê-lo na minha vida. Essa relação entre técnico e jogador é muito importante para os dois, não só para o atleta.”

Apoio

O jovem brasileiro também conta com outro apoio de peso. O principal patrocinador é a ON, empresa de artigos esportivos que tem como um dos sócios ninguém menos que Roger Federer. A parceria, algo quase exclusivo no mundo do tênis, começou em 2023.

Somente três tenistas são apoiados atualmente pela ON. Um deles é Fonseca. Os outros são a polonesa Iga Swiatek, ex-número 1 do mundo, e o americano Ben Shelton, maior aposta do tênis americano dos últimos anos. Fonseca é fã de Gustavo Kueten e tem Federer como principal referência no tênis. Ele chegou a citar o suíço após vencer Rublev na última terça.

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Rio Open

Fonseca começou a atrair os olhares do mundo do tênis no Rio Open do ano passado, quando surpreendeu ao alcançar as quartas de final, diante da torcida. O resultado mudou a trajetória do brasileiro no esporte.

Confiante após o bom resultado, ele decidiu rejeitar um convite para jogar por uma universidade americana para se dedicar ao circuito profissional de tênis. O resultado no Rio Open foi o que faltava para Fonseca optar pelo esporte profissional. Ele vinha de uma trajetória sólida também no juvenil, no qual foi campeão do US Open e número 1 do mundo, na temporada 2023. Um ano antes, foi decisivo para o Brasil conquistar a Copa Davis Júnior.

Sonhos

Ao contrário de outros tenistas, Fonseca não esconde que seu sonho é virar número 1 do mundo no futuro. Portanto, quer seguir os passos de Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros e ex-líder do ranking. “O Guga é uma grande inspiração, não só no tênis, mas nos outros esportes. Ele tem muito carisma, alegria e é onde eu quero chegar: número um do mundo”, disse o jovem carioca.

João e a mãe no Rio Open de 2014. João Fonseca no Austrália Open. Imagem: Reprodução / Redes Sociais.

Resultados

Depois do Rio Open, dois meses depois, João Fonseca repetiu as quartas de final no Torneio de Bucareste, na Romênia. Da mesma forma passou a alternar torneios de nível ATP com Challengers, competições de nível inferior, para ganhar experiência e preparo físico. Assim, venceu seu primeiro Challenger da carreira, na cidade americana de Lexington, em julho.

E voltou a ganhar os holofotes somente no fim do ano, quando venceu o Torneio Next Gen Finals, que reúne os oito melhores do mundo com até 20 anos de idade. No mesmo embalo, foi campeão do Challenger de Camberra, já na Austrália, no início do ano.

Na sequência, venceu suas três partidas , sem perder um set, no qualifying do Aberto da Austrália, a fase preliminar que concede as últimas vagas na chave principal do Grand Slam. Com a vitória sobre Rublev na chave principal, ele soma 14 vitórias consecutivas, sendo nove delas sem perder sets.

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Ranking

Na primeira temporada como profissional, em 2024, Fonseca se acostumou a dar saltos na lista que define os melhores do mundo. Ele começou o ano passado na 730ª colocação do ranking da ATP. Pelo bom resultado no Rio Open, ele saltou nada menos que 387 colocações, passando para o 343º posto.

As subidas se mantiveram constantes até terminar o ano na 145ª posição. Neste momento, ocupa oficialmente o 112º lugar. Mas deve ganhar colocações ao fim do Aberto da Austrália, entrando finalmente no Top 100, uma das primeiras grandes metas dos jovens tenistas. O ranking só voltará a ser oficialmente atualizado no dia 27 de janeiro, exatamente um dia após o fim da competição australiana.

Com informações de band.com.br

           

             

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