22 de fevereiro de 2025
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Paulo Chagas

Governo suspende novos subsídios ao agro do Plano Safra 24/25

Presidente Lula durante o lançamento do Plano Safra 2024/2025, no Palácio do Planalto, em julho do ano passado – Foto: Ricardo Stuckert / PR

Não entendo muito de economia, mas imagino o que poderá acontecer, já a partir desta sexta-feira (21), com a decisão do Governo Federal, em suspender as novas contratações de linhas de crédito rural subsidiadas pelo Tesouro Nacional. Essa medida, segundo a justificativa, é uma resposta à alta da Selic e ao aumento significativo dos custos para manter os subsídios. A suspensão afeta principalmente pequenos produtores rurais, inclusive, da agricultura familiar, que dependem desses créditos para custear suas operações e investimentos. A notícia pegou de surpresa um dos maiores setores da economia brasileira. Sendo assim, o setor que mais tem fomentado a economia do Brasil, e que tem um caráter essencial e de grande relevância, se vê agora, desamparado das linhas de crédito, ou seja, dos financiamentos com taxas mais baixas que as dos juros comuns. E aí que entra o Plano Safra, com a cobertura do governo, em forma de subsídio. Aliás, anunciado em julho do ano passado, como sendo o maior da história.

Impacto no campo

Diante da decisão e cortar tais subsídios, por certo, o impacto será enorme em boa parte dos produtos que dependem de crédito, a fim de custear as operações, investimentos e expansão da produção agrícola. Corrijam-me se estou errado. Pois, na prática, os produtores terão que passar a pegar crédito a taxas mais altas para manter suas operações. Em suma, a produção de alimentos ficará mais cara, além do que já está. Para se ter ideia, em 2024, foram R$ 400 bilhões destinados ao Plano Safra, o que representou um aumento de 10% em relação aos recursos programados no ano-safra anterior. Cortar gastos de uma máquina de governo extremamente inchada e onerosa, não se cogita.