9 de março de 2025
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Turismo

Mulheres protagonizam turismo de aventura no Brasil, setor que vem batendo recordes

Foto: Abeta/Divulgação

Empresas com altos indicadores de sustentabilidade têm em comum a liderança feminina, aponta estudo da FGV

O Brasil teve o melhor resultado da história em 2024 em número de viajantes internacionais. A projeção de faturamento desta temporada é de R$ 157,7 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), uma alta de 1,7%. Somente o turismo de natureza responde por 60% desse faturamento, segundo uma pesquisa do Sebrae – setor que vem ganhando cada vez mais a liderança feminina à frente das empresas.

Em 2023 os Parques Nacionais receberam 11,8 milhões de visitas, um aumento de 15% em relação a 2022, estabelecendo um recorde na série histórica iniciada em 2000, segundo dados do Governo Federal. O turismo de aventura, o ecoturismo e o turismo sustentável têm contado ainda com um papel fundamental desempenhado por mulheres. Entre as empresas associadas à Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), 31% são administradas somente por elas.

 

Fatores sociais, culturais e econômicos estimulam  aumento da presença feminina no turismo de aventura e no ecoturismo, tanto como viajantes quanto em papeis de liderança, mas um fator se destaca: a consciência ambiental. Um estudo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV EAESP publicado em 2022 – o primeiro a relacionar equidade de gênero e sustentabilidade nas empresas brasileiras –, apontou que organizações com alta pontuação em indicadores de sustentabilidade ambiental ‘têm em comum a liderança feminina, propositiva e atenta às responsabilidades sociais das corporações’, segundo o texto.

A preocupação com a conservação também parte dos viajantes. “Eu já fui a pessoa que pisou em corais e que alimentou peixinhos em piscinas naturais, mas viajar pelo Brasil nos últimos cinco anos expandiu minha consciência sobre sustentabilidade. Prefiro estar perto da natureza, longe de centros urbanos, e sou parte da preservação desses lugares”, testemunha Valeriana do Nascimento Silva, 38. Desde julho, ela já passou por sete Estados brasileiro, fez trekking nos Lençóis Maranhenses (MA), cavalgou em Cambará do Sul (RS) e fez escalada na Chapada dos Veadeiros (GO).

Foto: Arquivo pessoal/Abeta

O fortalecimento do ecoturismo, aliado à liderança feminina, representa uma oportunidade única para promover um turismo mais responsável, garantindo a preservação ambiental e o bem-estar das comunidades envolvidas.

“Um de seus pilares é justamente sensibilizar as pessoas sobre a importância da conservação, mostrando ecossistemas preservados e destacando o valor da natureza em seu estado original. Além disso, quando bem planejado, o ecoturismo pode contribuir para a redução dos impactos ambientais e atuar como uma alternativa econômica sustentável, promovendo a descentralização e a distribuição de recursos em diferentes regiões”, explica Lejania Malheiros, vice-presidente da Abeta.

Lejania Malheiros em Bodoquena (MS). Foto: Abeta

Mas Lejania lembra que o caminho precisa ser trilhado com consciência. “A qualificação é um grande desafio do turismo brasileiro. Para avançarmos rumo a um turismo mais sustentável, é fundamental que as instituições de ensino atuem de forma integrada, tornando a educação mais dinâmica e alinhada às demandas do setor. Por isso, é essencial a existência de políticas públicas municipais e estaduais permanentes voltadas à capacitação, assim como um compromisso do setor empresarial em investir no aperfeiçoamento profissional para atender a essa nova realidade de sustentabilidade e conservação ambiental”, argumenta.

           

             

MP apura abordagens violentas da Guarda Municipal de Chapecó

De acordo com levantamento, 36% das ações da força de segurança tiveram uso de violência

O Ministério Público de Santa Catarina busca entender o que causou um aumento significativo no número de abordagens violentas pela Guarda Municipal de Chapecó. Um relatório, realizado pela comarca do município, apontou que nos dois primeiros meses de 2025, sete das 19 prisões realizadas pela força de segurança tiveram uma abordagem violenta, 36,84% do total.

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