Grupo representou um quarto do impacto no bolso do consumidor nesse mês
A inflação no Brasil desacelerou em março em relação a fevereiro de 2025. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período foi de 0,56%; 0,75 ponto percentual (p.p.) abaixo do mês anterior, quando foi de 1,31%. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora todos os grupos pesquisados tenham subido nesse mês, o impacto no bolso dos consumidores foi menor do que em fevereiro. Os preços que mais subiram nesse mês foram os do grupo Alimentação e bebidas (1,17%), maior alta desde dezembro de 2024, e representam quase metade (45%) de toda a inflação de março.
Março também registrou o maior IPCA para o mês desde 2023 (0,71%). No ano, a inflação acumula alta de 2,04% e, nos últimos doze meses, ficou em 5,48%, acima dos 5,06% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2024, a variação havia sido de 0,16%.
A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, uma janela de 1,5% a 4,5%.
Peso dos alimentos
A variação positiva da inflação foi puxada principalmente pelos alimentos. No total, esse grupo responde por quase um quarto do IPCA no mês (0,25 p.p. dos 0,56%). A alimentação dentro do domicílio subiu 1,31% em março, e a fora de casa, 0,77%.
Contribuíram para esse resultado as altas do tomate (22,55%), do ovo de galinha (13,13%) e do café moído (8,14%). No lado das quedas destacam-se o óleo de soja (-1,99%), o arroz (-1,81%) e as carnes (-1,60%).
O gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, explica que a alta do tomate é explicada pelo calor nos meses de verão. “Houve uma aceleração na maturação, levando à antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços”. Para os ovos, ele apontou dois motivos: aumento do custo do milho, base da ração das aves e o período de quaresma, quando a procura por ovo é maior.

Variação e impacto dos grupos
Grupo | Alta dos preços (%) | Impacto na inflação (p.p.) |
---|---|---|
Alimentação e bebidas | 1,17 | 0,25 |
Habitação | 0,24 | 0,04 |
Artigos de residência | 0,13 | 0,00 |
Vestuário | 0,59 | 0,03 |
Transportes | 0,46 | 0,09 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,43 | 0,06 |
Despesas pessoais | 0,70 | 0,07 |
Educação | 0,10 | 0,01 |
Comunicação | 0,24 | 0,01 |
O segundo grupo com maior alta nos preços foi o de Despesas pessoais (0,70%). O resultado foi influenciado pelo subitem cinema, teatro e concertos (7,76%), por conta do fim da semana do cinema que ocorreu em fevereiro. Logo em seguida vem o grupo Vestuário (0,59%), onde houve aumento nos calçados e acessórios (0,65%), na roupa feminina (0,55%), na roupa masculina (0,55%) e na roupa infantil (0,29%).
Já no quesito impacto nominal no bolso do consumidor, atrás dos alimentos vem o grupo de Transportes (0,09 p.p.). Embora a alta tenha sido menor que em fevereiro, o grupo foi influenciado pela alta das passagens aéreas (6,91%).
Santa Catarina tem 13 pessoas e empresas na ‘Lista Suja’ do trabalho escravo
Mais de 130 pessoas foram resgatadas de situação análoga à escravidão em 10 cidades
Santa Catarina tem 13 nomes de pessoas e empresas na chamada Lista Suja do Trabalho Escravo no Brasil. O cadastro de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão foi atualizado nessa quarta-feira (9) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foram acrescentados o nome de uma pessoa residente em Florianópolis e uma empresa de Itapiranga, no Extremo Oeste catarinense.