Investigados utilizam fóruns e redes sociais para atrair menores e radicalizá-los por meio da exposição a conteúdos extremos
Dois menores de idade foram alvo de internação provisória a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que deflagrou no último sábado (12) uma operação para desarticular um grupo investigado por promover discursos de ódio, exposição a conteúdos extremos e incentivo ao extremismo e à violência na internet. As medidas cautelares foram requeridas pela Promotoria de Justiça da Infância da Comarca do Vale do Itajaí.
A Operação Vórtice foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), por meio do CyberGAECO, e cumpriu também três mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, expedidos pelo Judiciário com base no relatório da investigação.
De acordo com o MPSC, o grupo alvo da operação atua dentro de espaços da internet, como redes sociais, fóruns ou sites com ideias voltadas à prática de crimes, incluindo manipulação de menores de idade, exposição a conteúdos extremos e, em casos mais graves, o incentivo à violência.
A investigação, que tramita em sigilo, revelou um grupo que segue uma estrutura progressiva, dividida em fases que envolvem manipulação emocional, coação e a exposição de jovens a discursos ou narrativas radicais, discriminatórias e conspiratórias. Em alguns casos, essas temáticas podem acabar incentivando as vítimas a terem comportamentos extremos e violentos contra si ou outras pessoas.
“A compreensão da dinâmica desses grupos é essencial para subsidiar ações de investigação, prevenção e responsabilização. Os grupos virtuais têm se configurado como ambientes propícios à prática de crimes graves, com especial impacto sobre adolescentes em situação de vulnerabilidade”, explica o Ministério Público em nota.
Ainda de acordo com o MPSC, o nome “Operação Vórtice” foi escolhido em alusão à força de sucção que representa simbolicamente a maneira como adolescentes e jovens são facilmente atraídos para círculos virtuais de violência, crueldade e criminalidade. “Assim como um vórtice consome tudo ao seu redor e leva ao fundo, os ambientes digitais investigados atuam como redutos que isolam, influenciam e radicalizam seus integrantes, afastando-os da realidade e dos limites legais e morais”, reforça a Promotoria de Justiça da Infância da Comarca do Vale do Itajaí.
A ação contou com apoio estratégico do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas/DIOPI/SENASP, e da Agência de Investigação Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos da América.
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