Diante das circunstâncias, um boletim de ocorrência foi registrado, mas o caso não será investigado
Mais uma polêmica envolvendo a arbitragem catarinense veio à tona nesta segunda-feira (7), após o Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina (SINAFESC) denunciar o caso por meio das redes sociais. Segundo a organização, o caso ocorreu no último sábado (5), durante o jogo treino entre Figueirense e Barra FC, no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis.
De acordo com a nota, o árbitro central da partida, Gustavo Ratti, foi ameaçado de perseguição e agredido por membros da delegação do Barra. O árbitro revelou que alguns integrantes do clube, durante uma confusão no intervalo da partida, disseram saber onde o mesmo morava e que iriam mandar o “pessoal do PCC atrás de você”. Na confusão, Gustavo ainda denuncia bolada no rosto e esguichos de água, “configurando um episódio covarde e inaceitável”.
“Nos solidarizamos com o árbitro Gustavo Ratti e reforçamos nosso compromisso de prestar todo o apoio necessário, inclusive jurídico e psicológico”, afirma a nota.
A confusão teria sido causada pela escolha de Gustavo Ratti como o árbitro central da partida. Ele foi o quarto árbitro do polêmico jogo entre Barra e Caravaggio, válido pela última rodada da fase classificatória do Campeonato Catarinense. Na partida, o Barra fez um gol no último segundo, o que classificaria a equipe para as quartas de final, mas o lance foi anulado após o apito final.
No mesmo dia, o Barra Futebol Clube, também por meio das redes sociais, publicou uma nota repudiando a denúncia, alegando que as mesmas são muito graves e infundadas. O clube confirma o motivo da confusão, mas que a nota do sindicato “distorce os fatos ocorridos”.
Segundo versão do “Pescador”, a delegação, ao chegar no estádio, ficou surpreendida com a designação de Gustavo Ratti como árbitro central da partida. Ao saber disso, o clube pediu a alteração imediata do comando da arbitragem por conta do histórico recente, mas o pedido não teve sucesso. O jogo iniciou normalmente e, no intervalo, o clube confirma que confusão existiu, mas alega que não houve nenhum tipo de agressão, contrariando a nota do sindicato.
“O Barra Futebol Clube lamenta profundamente a postura do SINAFESC, que opta por divulgar acusações levianas e desprovidas de qualquer prova, maculando a imagem da instituição e de seus profissionais”, finaliza. A nota ainda afirma que, após a confusão, o comando da arbitragem foi passado para a quarta arbitra.
Em contato com a Polícia Civil de Santa Catarina, a reportagem do Portal TVBV Online confirmou o registro do Boletim de Ocorrência e que o caso não será investigado. Segundo a PCSC, Gustavo Ratti realizou o BO com a Polícia Militar e não quis representar, o que finaliza o caso. Ameaça é um crime de ação penal pública condicionada à representação da vítima, portanto, não haverá investigação.
Nota SINAFESC completa
O Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina (SiNAFESC) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio aos atos de violência e intimidação sofridos pelo árbitro Gustavo Baggio Ratti, durante a realização de jogo-treino envolvendo a equipe do Barra Futebol Clube, ocorrido no dia 5 de abril de 2025, conforme registrado em Boletim de Ocorrência junto à Polícia Militar.
Durante o intervalo da partida, Gustavo Ratti foi alvo de ofensas verbais, ameaças graves e agressões físicas por parte de membros do clube, com frases como “sabemos onde você mora” e “vamos falar com o pessoal do PCC pra ir atrás de você”, além de bolada no rosto e esguichos de água, configurando um episódio covarde e inaceitável.
Por se tratar de um jogo-treino, a conduta dos envolvidos não será objeto da Justiça Desportiva, mas não por isso deixará de ser rigorosamente apurada nas esferas cível e criminal, a quem cabe a responsabilização dos atos cometidos.
O SiNAFESC reafirma que não tolerará qualquer tipo de violência contra os profissionais da arbitragem e exigirá que os agressores sejam identificados e punidos conforme a lei. A integridade física, moral e psicológica dos árbitros precisa ser respeitada em qualquer ambiente esportivo, oficial ou não.
Nos solidarizamos com o árbitro Gustavo Ratti e reforçamos nosso compromisso de prestar todo o apoio necessário, inclusive jurídico e psicológico.
Respeito à arbitragem é respeito ao futebol. A violência não será normalizada.
Nota Barra FC completa
O Barra Futebol Clube manifesta, por meio desta nota, seu veemente repúdio às graves e infundadas acusações proferidas pelo Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina (SINAFESC).
Causa profunda indignação ao clube o teor da nota divulgada pelo sindicato, que distorce os fatos ocorridos no último sábado (5), por ocasião do jogo-treino contra o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli.
Cumpre esclarecer que, ao chegar ao estádio, a delegação do Barra FC foi surpreendida com a designação do Sr. Gustavo Baggio Ratti como árbitro central da partida, profissional que atuou como quarto árbitro no confronto entre Caravaggio e Barra FC, válido pela última rodada do Campeonato Catarinense deste ano, cujo caso encontra-se na Justiça Desportiva até o presente momento.
Diante do histórico recente, e buscando preservar a imparcialidade da partida, o Barra FC solicitou reiteradamente e sem sucesso a substituição do árbitro central por outro membro da equipe de arbitragem escalada.
O jogo teve seu início e durante o intervalo houve, de fato, uma discussão verbal entre o Sr. Gustavo Baggio Ratti e demais presentes no local. Contudo, é importante ressaltar que a situação não escalonou para além do diálogo, sendo posteriormente o árbitro central substituído pela quarta árbitra designada.
O Barra Futebol Clube lamenta profundamente a postura do SINAFESC, que opta por divulgar acusações levianas e desprovidas de qualquer prova, maculando a imagem da instituição e de seus profissionais.
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