Foto: Ricardo Trida/ Secom
Próximos meses serão marcados pelo desenvolvimento do La Niña
A primavera no Hemisfério Sul inicia oficialmente no próximo dia 22 de setembro, mas os efeitos da mudança começam a impactar significativamente Santa Catarina já desde o início deste mês. A meteorologia da Defesa Civil estadual realizou um panorama com as tendências para o próximo trimestre, que chama a atenção para chuvas mais frequentes, além da possibilidade de temporais e ventos fortes, comuns nessa época do ano.
A primavera é conhecida pelo aumento nos volumes de chuva em comparação ao inverno. De acordo com a central de monitoramento da Defesa Civil, durante o mês de setembro, são esperadas chuvas entre 150 e 250 mm em grande parte do estado. Os volumes devem ficar mais baixos apenas no Litoral Sul e na Grande Florianópolis, onde os são esperadas chuvas entre 100 e 150 mm ao longo do mês.
O meteorologista Felipe Theodorovitz explica que em outubro as chuvas aumentam ainda mais, com acumulados entre 200 e 250 mm no Grande Oeste, Planalto Sul, Alto Vale do Itajaí e Litoral Sul. Já em novembro, a distribuição das chuvas se torna mais irregular, com volumes que podem variar de 140 a 170 mm no Grande Oeste e entre 110 e 140 mm nas demais regiões.
As chuvas vêm acompanhadas de temporais típicos de primavera, que ocorrem especialmente no final das tardes e início das noites. Esses eventos podem provocar ventos fortes, queda de granizo, alagamentos e enxurradas nas áreas mais vulneráveis.
Calor ainda deve demorar para chegar
Mesmo com a tendência de aumento gradual das temperaturas com o avanço da primavera e aproximação do verão, a entrada de massas de ar frio ainda é comum no início dessa estação, especialmente no mês de setembro. Essas massas de ar podem trazer quedas significativas nas temperaturas, favorecendo a formação de geadas e a ocorrência de dias com grande amplitude térmica – frio pela manhã e temperaturas mais altas à tarde.
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Ainda segundo a Defesa Civil, as informações meteorológicas indicam que, apesar de estarmos em uma fase de neutralidade climática, a expectativa é que o La Niña se desenvolva entre a primavera e o início do verão, com fraca intensidade.
O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, o que resulta em uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura em todo o mundo. Ao contrário do El Niño, o La Niña geralmente provoca seca e calor intenso na região Sul do Brasil.
Alerta para desastres naturais
De acordo com o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), o período de setembro a novembro é geralmente marcado por um aumento nas ocorrências de desastres naturais, como enxurradas, inundações, vendavais e queda de granizo.
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O mês de setembro é particularmente crítico, sendo o segundo com maior número de ocorrências, perdendo apenas para janeiro. Porém, é o período em que mais são registrados vendavais e inundações, além de um número significativo de ocorrências de granizo e enxurradas.