Foto: CBMSC/Divulgação
Bruno Corrêa desapareceu em 7 de novembro, enquanto retornava de 1,1 mil metros de altitude
O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) retomou nesta segunda-feira (18) a operação de resgate do corpo de Bruno Corrêa, de 29 anos, que morreu enquanto escalava o Pico do Jurapê, em Joinville, no Litoral norte. A missão, considerada de altíssimo risco, envolve também a a Polícia Militar (PMSC), o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ) e o Grupamento de Resgate em Montanha (GRM).
Pela manhã, os órgãos realizaram uma reunião para traçar as possíveis estratégias de acesso ao corpo. Em seguida, foi feita uma tentativa de acesso com a tripulação do helicóptero Águia, da PMSC. No entanto, a equipe se deparou com uma área de mata muito fechada, onde não foi possível alcançar a vítima.
Dessa forma, uma nova estratégia foi elaborada: seis especialistas em salvamento em altura foram levados até o cume da montanha. A partir de lá, eles farão uma descida de cerca de 200 metros por rappel, pelas rochas, até acessar a vítima. Para isso, será necessário realizar novas ancoragens ao longo do caminho, já que o local é formado por paredões de pedra.
“Estamos com uma equipe extremamente qualificada. Este resgate possui um risco muito alto, e as dificuldades de acesso são diversas. Neste momento, enquanto fazem a descida, eles estão avaliando o terreno e realizando um reconhecimento para garantir a segurança na execução das novas ancoragens, evitando novos acidentes”, explica o tenente Jonas Pires da Silveira, comandante do 4º Pelotão de Bombeiros Militar em Itapoá.
O trabalho será realizado ao longo do dia. Como o reconhecimento está sendo feito in loco, não é possível precisar o tempo necessário para alcançar a vítima. A intenção é que a equipe consiga acessar o corpo e realizar as ancoragens até um ponto em que seja possível o translado com o helicóptero.
Pico do Jurapê
Com 1.124 metros de altitude, o Pico do Jurapê é uma região caracterizada por declives íngremes, rochas soltas e vegetação densa, o que aumenta os desafios enfrentados pelos resgatistas.
O CBMSC tem mobilizado diversos profissionais e equipamentos, e as buscas foram realizadas por via aérea com a equipe do helicóptero Arcanjo-03, cães de busca e resgate, além dos bombeiros que se deslocaram ao terreno foram empregados na operação.
A estratégia a ser adotada pela equipe será definida com base nas condições climáticas, priorizando a segurança dos profissionais e buscando realizar o resgate o mais rapidamente possível, de modo a trazer conforto aos familiares.
Entenda o caso
Bruno Corrêa, natural de Itajaí, iniciou sozinho a trilha ao Pico Jurapê no último dia 6 de novembro. No dia 7, ele fez contato com familiares informando que havia chegado ao cume, mas que, no retorno, havia se perdido e estava machucado. Durante o contato, ele encaminhou a localização. A partir desse momento, as buscas foram iniciadas; no entanto, ao chegar ao local indicado, a vítima não foi encontrada.
Na segunda-feira passada (11), o CBMSC foi acionado para apoiar nas buscas. Foram enviadas duas duplas de bombeiro e cão de busca para realizar o trabalho. Na região, os bombeiros enfrentaram obstáculos como pirambeiras com quedas de cerca de 600 metros Além disso, operadores de drones equipados com câmeras térmicas foram deslocados para o cume da montanha a fim de auxiliar nas buscas.
No dia 13, a equipe do helicóptero da PMSC avistou, em uma fenda na montanha, a mochila e a barraca da vítima. O corpo foi encontrado 36 metros abaixo desse ponto. O local é composto por grandes paredes de pedra, o que aumenta a complexidade do resgate.