O registro de arquivo do fotógrafo Julio Cavalheiro, da Secom do Governo do Estado, mostra claramente o drama diário vivido por quem precisa da BR 282.
A dependência da política para a resolução na infraestrutura de nossas estradas federais tem sido, ao longo dos anos, o nosso gargalo. Anos após anos, o setor produtivo do Estado vem se manifestando, praticamente implorando por mais investimentos nas estradas que cortam o Estado, especialmente da BR 282. A questão está além do limite da tolerância, muito embora, parece que uma solução começa a querer sair do papel. Em setembro do ano passado a notícia de que o edital de duplicação da BR-282 entre Lages e São Miguel do Oeste foi oficializado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Um outro edital também oficializado foi a construção do contorno viário de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis. De acordo com edital, se prevê a “contratação de empresa especializada para a elaboração de estudos e projetos básicos e executivos de engenharia visando a execução das obras de duplicação, adequação de capacidade e melhorias de segurança com eliminação de pontos críticos da rodovia BR-282, entre o entroncamento com a BR-116 (Lages) e o entroncamento com a BR-163 (São Miguel do Oeste)”. A abertura das propostas estava marcada para o dia 3 de outubro. Disso, não tenho notícia.
Meu testemunho
Nesta quarta-feira (14), compromissos me trouxeram à Florianópolis. Decidi, em função da necessidade, pegar a estrada antes das 5 horas da manhã. Ainda escuro e com chuva, tive a noção exata dos perigos que a BR 282 reserva no trajeto de Lages à Capital. Em longos trechos, a sinalização horizontal é quase invisível, agravada pela chuva. Alguns poucos sinais dos chamados “olhos de gato”, lhe sinalizavam o caminho correto, porém, correndo um sério risco de se perder, ao olhar para os faróis dos carros que vinham no sentido contrário. Olhar firme para o acostamento, era a solução mais segura para não se perder. Ultrapassar caminhões lentos, era o pior dos desafios. Sem a visão clara das faixas duplas ou simples, era correr o risco da ultrapassagem, ou permanecer pacientemente atrás. Enfim, meu relato revela o drama de milhares de motoristas que precisam utilizar no dia a dia, a BR 282, para sair ou chegar em Florianópolis. Aliás, o acesso ou saída da Capital, entre Santo Amaro da Imperatriz até Alfredo Wagner, e vice-versa, o trajeto em pista simples, e quase sem pontos de ultrapassagem, cria filas quilométricas. Quanto a isso, sem comentários. Todos estão cansados de saber sobre o drama real em dirigir por esse trajeto. O jeito é esperar pela promessa de que um dia serão construídas, ao menos, as terceiras faixas, e quem sabe, uma melhora na sinalização. Haja paciência!