16 de setembro de 2024
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Policial

Carta de ódio é enviada à UFSC após investigação sobre célula nazista

A Polícia Civil de Sana Catarina (PCSC) está investigando uma carta que teria sido enviada para ao Centro de Ciências Jurídica (CCJ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na última sexta-feira (28), com citações de ódio contra a comunidade LGBTQIA +, mulheres e negros.

A carta, que já circula pela internet, foi assinada por SS, uma abreviação que representa o exército nazista na Segunda Guerra Mundial. O conteúdo foi impressa, mas a universidade ainda não confirmou a forma de envio.

A carta foi encaminhada pela Reitoria da universidade para a Polícia Civil e faz parte do inquérito que investiga membros de uma célula nazista em Santa Catarina, onde seis pessoas foram presas.

Recentemente, quatro alunos da UFSC foram presos por estarem relacionados com um grupo nazista e podem ser expulsos da universidade.O caso é o quarto em uma semana dentro dos ambientes da universidade.  

Em uma das declarações absurdas da carta, é citada uma fala gordofóbica, afirmando que “mulheres gostas nem para serem estupradas servem”. O Presidente, Jair Bolsonaro (PL), também foi citado no texto.

Os quatro alunos da UFSC que estão entre os seis presos na operação que apura a existência de uma célula nazista no Estado podem ser expulsos da Universidade. A punição máxima está prevista no Regime Disciplinar do Corpo Discente, que consta em uma resolução do Conselho Universitário (nº 017/CUn/97) e que trata do Regulamento dos Cursos de Graduação da UFSC.

Segundo o delegado Arthur Lopes, da Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC/PCSC), “a Polícia Civil de Santa Catarina está fazendo a verificação de procedência das informações”.

O que diz a UFSC

Em nota, a Universidade diz que está cooperando com a polícia, para que o caso seja resolvido. Além dessa denúncia, os outros casos também estão sendo analisados.

“Internamente, a Universidade está registrando e mapeando todos esses episódios e pretende se manifestar no momento em que houver divulgação pela própria Polícia Civil”, afirma a Instituição.

Veja a nota completa:

“A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está encaminhando à Polícia Civil todos os casos de nazismo e racismo que ocorrem nas dependências da instituição, uma vez que se tratam de crimes. O procedimento segue orientação do próprio delegado que está investigando o caso da célula neonazista identificada em Santa Catarina, cujo inquérito transcorre em sigilo.

Internamente, a Universidade está registrando e mapeando todos esses episódios e pretende se manifestar no momento em que houver divulgação pela própria Polícia Civil. Ao mesmo tempo, a UFSC está colaborando com as investigações por todos os meios à sua disposição, como imagens de câmeras de circuito interno.

A UFSC ressalta que todos os episódios criminosos são apócrifos e registrados em locais sem acesso ao monitoramento por câmeras por questões de privacidade, como sanitários. No entanto, reforça que se houver identificação de algum estudante ou servidor envolvido, dispõe de mecanismos para a imposição de penalidades.

No caso de estudantes, o Regime Disciplinar do Corpo Discente, contido na Resolução Normativa 17/Cun/97, prevê penalidades que podem chegar ao desligamento do aluno. E no caso de servidor, as punições cabíveis estão na Lei 8.112/90, que institui Regime Jurídico Único dos servidores públicos federais”.

Confira o texto na íntegra:

Foto: Twitter/Reprodução