22 de setembro de 2024
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Cotidiano

“Casa abandonada” vira tema de exposição gratuita na Fundação Cultural Badesc; confira

Mostra tem visitação aberta até 9 de novembro em Florianópolis

Nesta quinta-feira (21), a partir das 19h, começa na Fundação Cultural Badesc a exposição inédita “A Arqueóloga na Casa do Sonho”, da artista Luanda de Oliveira. Com entrada gratuita, a mostra apresenta como tema uma “casa abandonada”, formada por fragmentos de diversas casas já habitadas pela artista.

Com 41 peças, a instalação traz vestígios do passado que aparecem em costuras, desenhos e textos, junto a móveis e objetos que pertenceram a familiares, formando a ambientação da casa. Segundo Luanda, a exposição é uma narrativa ficcional em campo expandido, entre as artes visuais e a literatura.

“O conjunto de trabalhos foi realizado ao longo de meu curso de mestrado entre os anos 2020 e 2022. E em 2023, ao pensarmos a expografia para a Fundação o processo artístico teve continuidade, tanto que o título da pesquisa é o mesmo da narrativa poética que construí como parte prática do trabalho”, explica a artista.

 

A Fundação Cultural BADESC fica na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, no Centro de Florianópolis. A visitação de “A Arqueóloga na Casa do Sonho” poderá ser feita até 9 de novembro, de segunda a sexta, das 13h às 19h. 

Arqueóloga

Na narrativa construída por Luanda, a personagem nomeada ‘Arqueóloga’, que é um alter ego, apresenta trabalhos da artista que habita o mundo real e também da Arqueóloga que habita o mundo ficcional. “Essa narrativa é imersiva, uma espécie de livro aberto. A ideia é que o jogo entre peças e lacunas da história permita ao visitante atravessá-la com suas próprias memórias e fabulações, explorando pelo espaço as pistas deixadas sobre personagens que teriam vivido ali”, compartilha.

Segundo Luanda, a arqueologia como poética tem relação com a possibilidade de construção de presentes e futuros através de fragmentos de passados perdidos. “Escavar e reconstruir a memória é tomar nas mãos o que resta, os cacos de ‘casas’ perdidas, que podem ser afetos, identidades, relações, espaços. Já o conceito de casa aqui não é apenas de estrutura arquitetônica ou moradia, mas uma imagem simbólica mais ampla, de nossas identidades sempre em transformação”, destaca.

Nascida no Rio de Janeiro e desde 2009 morando em Florianópolis, Luanda de Oliveira é mestra e bacharel em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Atualmente cursa doutorado e licenciatura em Artes Visuais na mesma instituição.

Foto: Rubens Flores