Fotos: Cesar Carvalho Cinemáquina / Casan
Obra levanta preocupações por ser sido feita pela mesma empresa responsável pelo reservatório rompido em Florianópolis no ano passado
A Casan contratou uma perícia independente para verificar as condições do reservatório Irineu Comelli em São José, na Grande Florianópolis. A estrutura passou a apresentar rachaduras e levanta preocupações, uma vez que a obra foi feita pela empresa Gomes e Gomes, a mesma que construiu o reservatório que se rompeu no bairro Monte Cristo, em Florianópolis, em setembro do ano passado.
Nessa terça-feira (24), o diretor de operação e expansão da Casan, Pedro Joel Horstmann e o Superintendente Regional de Negócios, Felipe Alcioní Silva estiveram no local para acompanhar as atividades, junto a representantes convidados da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) e do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC).
“Essa perícia é bastante qualificada, pois além da inspeção visual ela também vai usar aparelhos de ultrassom e recolher a amostragem do material para a avaliação”, explica Pedro Joel Horstmann. O serviço está sendo feito pela empresa independente JM Engenharia Diagnóstica. Os peritos vão avaliar em seu trabalho a chamada armadura, que dá sustentação ao reservatório, e o preenchimento de concreto. O resultado sairá em 60 dias.
O reservatório Irineu Comelli abastece o Hospital Regional de São José, o Centro Histórico e os bairros Fazenda Santo Antônio, Praia Comprida e Ponta de Baixo. O equipamento é formado por três estruturas, sendo que duas datam dos anos 1990 e uma é mais recente, operando desde 2017.
Logo após o rompimento, a Companhia desativou totalmente um outro reservatório construído pela empresa no bairro Forquilhinhas. Já no caso do reservatório Irineu Comelli a Casan adotou como medida de segurança uma redução para 65% da capacidade de abastecimento, considerando a abrangência dos bairros atendidos. “Com o resultado das perícias em ambos os reservatórios, veremos se precisa fazer alguma intervenção ou se podemos voltar a operar em nível normal com mais segurança aqui em São José”, afirma o diretor.
Vistoria do MPSC
No início deste mês de abril, uma vistoria mobilizada pelas 7ª e 29ª Promotorias de Justiça da Capital confirmou as rachaduras na estrutura do reservatório. Segundo o MPSC, a Casan também já havia confirmado a fissura horizontal na junta de concretagem.
A companhia comunicou que a conclusão dos trabalhos de perícia e a emissão do relatório poderiam levar até 90 dias. Por segurança, o nível de água do reservatório estaria sendo mantido abaixo da fissura.
De acordo com os engenheiros da Casan, a terceira estrutura do Reservatório Irineu Comelli, apesar das rachaduras visíveis, não apresenta qualquer risco de colapso ou rompimento. Eles também informaram que abaixaram o nível de água para um ponto inferior ao da rachadura na junta de concretagem, permitindo a continuidade do uso com segurança estrutural.
O Diretor de Operação e Expansão da Casan, Pedro Joel Horstmann, informou, ainda, que a empresa contratada entregará um laudo técnico sobre a estrutura em 60 dias. O Reservatório Irineu Comelli tem capacidade de mil metros cúbicos, e o tanque que apresenta falha está interligado a outros dois no reservatório.