Projeto é fruto de parceria entre professores da UFSC e pesquisadores da UFMG, do Instituto Butantan,
da UFRJ, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e da Karolinska Institutet, na Suécia
Uma pesquisa conjunta entre pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e profissionais de outras instituições desenvolveu uma vacina contra a Covid-19 que pode vir a atuar também no combate à tuberculose. Os experimentos pré-clínicos, publicados em um renomado periódico de imunologia, mostraram que a tecnologia é efetiva no combate ao vírus SARS-CoV-2.
A principal inovação da tecnologia é o desenvolvimento de uma vacina combinada contra a tuberculose e a Covid-19, duas doenças de grande impacto na sociedade. Testada em laboratório e em animais, a vacina utiliza a bactéria BCG modificada geneticamente para expressar antígenos do coronavírus, permitindo a proteção contra ambas doenças. Os pesquisadores descreveram a tecnologia e os próximos passos envolvem a realização de outros testes pré-clínicos e ensaios clínicos em seres humanos.
No entanto, é importante ressaltar que, apesar dos resultados promissores, ainda há um longo caminho a percorrer até que a vacina esteja disponível para uso. A pesquisa representa um trabalho pioneiro e demonstra o potencial do protótipo vacinal, mas são necessários estudos adicionais para confirmar sua eficácia e segurança em seres humanos.
O estudo, liderado pelo professor Sergio Costa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), resultou no artigo intitulado “Recombinant Bacillus Calmette–Guérin Expressing SARS-CoV-2 Chimeric Protein Protects K18-hACE2 Mice against Viral Challenge”, publicado em abril no The Journal of Immunology.
A UFSC desempenhou um papel fundamental na concepção da tecnologia, coordenação dos experimentos e execução dos estudos. Os professores André Báfica e Daniel S. Mansur, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP), juntamente com os pesquisadores ligados ao Laboratório de Imunobiologia (Limune), Greicy Dias, Nicoli Heck e Daniel Mendes, participaram ativamente do projeto.
Os pesquisadores envolvidos destacaram a importância do trabalho durante a pandemia, ressaltando os avanços científicos alcançados e os benefícios para a formação dos pesquisadores envolvidos. A equipe enfatizou o espírito de colaboração e dedicação em prol da sociedade.
O financiamento para a pesquisa foi de R$ 1,7 milhão, concedido em 2020 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do edital “Pesquisas para enfrentamento da Covid-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves”. Além disso, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), contribuiu com duas bolsas de pós-doutorado.
Foto: Pixabey / Reprodução