Grupo de Ações Coordenadas integra pastas do governo para reforçar medidas de enfrentamento
Com um aumento de 900% de casos de dengue em Santa Catarina desde o início de 2024 em comparação ao mesmo período no ano passado, o Governo do Estado realizou uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (25) para apresentar o cenário epidemiológico da doença e anunciar a integração das pastas do governo. O objetivo é auxiliar no enfrentamento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Estado ao longo de 2024.
De acordo com os dados divulgados na coletiva, o estado já tem 4.043 casos prováveis de dengue. Um óbito pela doença também já foi confirmado. Além disso, já foram identificados mais de cinco mil focos do mosquito em 186 municípios, sendo que 154 já são considerados infestados.
O Grupo de Ações Coordenadas (GRAC) passa a se reunir semanalmente a partir da próxima semana. Com a integração das pastas e das entidades, a expectativa é desencadear medidas de forma intersetorial e reforçar as ações já realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde para enfrentamento da dengue.
“Estamos nos antecipando. O calor e as chuvas contribuem para o aumento dos casos e precisamos unir esforços. Além dos repasses que estão previstos, toda a estrutura de governo vai se envolver nessa prevenção. Um exemplo disso é o Detran, que vai assinar com o Tribunal de Justiça, um termo para esvaziar os depósitos de carros pelo estado”, destacou o governador Jorginho mello.
Para a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, Santa Catarina não está isolada no combate à doença. “O país inteiro vive o aumento de casos da dengue. Mas o poder público não vai dar conta sozinho. Todos precisam fazer a sua tarefa, de eliminar os criadouros do mosquito. Vistoriar sua casa, seu ambiente de trabalho. Cobrar dos vizinhos. E fazer isso uma vez por semana”, alerta.
Cuidados com a doença
Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Podem ocorrer também náuseas e vômitos.
Todos os casos de dengue devem ser monitorados quanto à presença de sinais de alarme, que são os seguintes: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, hipotensão postural, sangramentos de mucosa, letargia (sonolência) ou irritabilidade.
“O principal tratamento da dengue é a hidratação adequada. Por isso, desde a entrada na unidade de saúde até a alta, a recomendação é receber hidratação, seja via oral ou injetável, a depender dos critérios de classificação do caso. Isso é essencial para evitar a evolução para gravidade dos casos. Para ter uma ideia, uma pessoa suspeita de dengue, de 60 quilos, deve ingerir mais de 3 litros de líquidos por dia de tratamento em sua residência”, explica Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
Vacina da dengue em SC
Ainda durante a coletiva, a secretária de Saúde destacou o papel da vacina contra a dengue. “Nesse primeiro momento, 13 municípios vão receber doses para crianças de 10 a 14 anos e isso vai acrescentar ao que já estamos planejando de ações para o Estado para prevenir a doença. Mas não é a solução. Ainda assim precisamos desse esforço de todos para não deixar o mosquito nascer”, explica Carmen Zanotto.
A SES ainda aguarda as informações oficiais do Ministério da Saúde sobre a chegada das doses para, então, divulgar como vai acontecer a aplicação da vacina no Estado.
Foto: Ricardo Trida/Secom