30 de setembro de 2024
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Internacional Policial

Criminosos russos são investigados por lavagem de criptomoedas com brasileiros

Europeus radicaram-se no Brasil e tiveram auxílio de empresas brasileiras para trazer criptoativos obtidos por meio de crimes e convertê-los em moeda nacional

Uma operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta terça-feira (27) teve como alvo uma associação criminosa composta por brasileiros e russos, que estariam cometendo crimes de lavagem de dinheiro com recursos provenientes de crimes praticados no exterior e transações utilizando criptomoedas.

A Operação Brianski cumpre seis mandados de busca e apreensão em Florianópolis, além de dois em Goiânia/GO e outros dois em Eusébio/CE. Os quatro principais investigados serão monitorados eletronicamente, além de estarem proibidos de deixar o país e realizar transações com criptoativos.

A Polícia Federal determinou também o sequestro de bens  como casas e apartamentos de alto padrão, terrenos e automóveis de luxo adquiridos pelos investigados no Brasil. Além disso, ainda foram decretados os bloqueios de contas bancárias vinculadas a 25 pessoas físicas e jurídicas, além de contas de câmbio de criptomoedas, visando sequestro de valores em moeda nacional e de criptoativos.

 

Investigação começou com criminosos russos no Brasil

As investigações tiveram início com a informação de que cidadãos russos teriam fixado residência na Capital de Santa Catarina para usufruir de recursos obtidos a partir de crimes supostamente praticados no país europeu. Durante as apurações, os policiais descobriram que os principais investigados já haviam sido condenados na Rússia por crimes semelhantes a fraude e tentativa de roubo.

Segundo a PF, após conseguirem se radicar no Brasil, os suspeitos passaram a integrar quadros societários de empresas, bem como a adquirir bens móveis e imóveis, alguns deles por meio de vultosos pagamentos em espécie.

A PF ainda descobriu que a lavagem dos capitais foi operacionalizada por brasileiros que se utilizaram de empresas sediadas no estado de Goiás. As movimentações financeiras realizadas pelos investigados e pela intermediadora brasileira tinham origem em transações de criptomoedas.

Nessas contas exchange, os criptoativos eram recebidos e convertidos em moeda nacional para posteriormente serem transferidos para as contas dos investigados estrangeiros no Brasil, de seus familiares e de suas empresas; bem como para a compra de bens imóveis de alto padrão e de automóveis de luxo, alguns deles registrados em nome de terceiros.

O crime investigado é o de lavagem de dinheiro, que prevê pena de até 10 anos de reclusão e multa.

 

Foto: PF/Divulgação