Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC
Testes foram realizados em dáfnias, microcrustáceos que estão na base do ciclo
Uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Toxicologia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina mostrou o impacto que a degradação da garrafa PET tem na natureza. Segundo o estudo, ao se decompor o material libera uma substância tóxica que atinge as dáfnias, microcrustáceos que estão na base da cadeia alimentar.
Elas servem de alimentos para peixes e diversas outras espécies aquáticas, então qualquer impacto na população desse ser vivo pode causar um desequilíbrio na natureza. Essa contaminação pode prejudicar as gerações futuras, segundo a pesquisa. Filhotes de dáfnias, que tiveram contato com a toxina quando ainda eram embriões, foram testados e apresentaram melhorias em alguns dos parâmetros analisados, o que indica um processo de recuperação.
Os filhotes apresentaram melhora considerável na frequência cardíaca e na movimentação dos membros do tórax. Por outro lado, problemas reprodutivos e de locomoção se mantiveram, “demonstrando que os efeitos tóxicos do PET envelhecido atingiram gerações subsequentes de D. magna exposta e ameaçaram a manutenção desta espécie”, informa o resumo elaborado pelos cientistas.
O estudo
Para fazer o experimento, os cientistas cortaram uma garrafa PET em vários pedaços e jogaram em uma água, ficando expostos a uma luz que simula a radiação solar. Com isso, foi demonstrado que o material elimina diversas toxinas, com destaque para o antimônio.
Posteriormente, um grupo de dáfnias foi mantido nessa água contaminada por 21 dias. Isso permitiu que os cientistas constatassem uma série de efeitos tóxicos decorrentes da exposição crônica aos subprodutos do plástico.

Entre outros problemas, foram observados rompimento de membranas celulares e danos nas mitocôndrias – responsáveis pela respiração celular –, nos tecidos e nas estruturas responsáveis pela locomoção e pela alimentação. Os pesquisadores também notaram que elas nadavam menos e os batimentos cardíacos ficaram mais fracos, bem como mudanças nos movimentos torácicos, em parâmetros de estresse oxidativo e nos padrões de reprodução.
Repercussão internacional
O trabalho, que faz parte da tese de doutorado da estudante Bianca Vicente Costa Oscar, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, foram publicados na revista científica internacional Science of The Total Environment.

“Na minha opinião, esse é um dos melhores papers [artigos científicos] desenvolvido dentro da nossa equipe. Um paper com resultados importantes, porque aborda um processo de degradação de um elemento tão utilizado pela gente, que é o PET. E esse produto de degradação influencia as vidas que têm contato com ele”, enfatiza o professor William Gerson Matias, do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade.
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