Denúncia de assédio: falta de energia adia discussão sobre cassação

A Câmara vota nesta terça-feira (13) na denúncia que pode cassar o mandato de um vereador em Florianópolis. Para que o processo seja aberto, é necessário o voto favorável da maioria, o apoio de 12 dos 23 vereadores. Mas a cassação depende de outra votação, também com maioria simples.

Por conta da falta de energia elétrica, a Câmara de Vereadores de Florianópolis adiou a sessão marcada para às 16 horas de segunda-feira (12). Com isso, será lida na sessão desta terça-feira, a denúncia da vereadora Carla Ayres (PT) por infração ética-disciplinar, pedindo a cassação do colega Marquinhos (PSC), por importunação sexual na sessão de quarta-feira (7). Pelo regimento, o pedido tem até três sessões para ser lido.

Depois do episódio, Marquinhos usou a internet para se desculpar e tentou ligar para Carla. Ela não aceitou o contato e, além das sanções via Câmara, busca outras punições contra o colega parlamentar. A instalação da comissão de ética, especificamente, depende de maioria simples dos 23 vereadores, ou seja, 12 votos.

Conforme apurou a reportagem, a tendência é a abertura do conselho. De acordo com o líder dos Republicanos, Claudinei Marques, o partido vai votar pela abertura para que Marquinhos possa se defender. Na visão dela, os vereadores precisam ir além do discurso no respeito às mulheres.

Segundo Carla, alguns vereadores manifestaram apoio a ela, mas não foram todos. “Espero que os colegas pensem na gravidade deste caso e se coloquem no meu lugar e no das suas esposas e filhas”, completou. O Presidente da Câmara, o vereador Roberto Katumi (PSD), disse que na segunda-feira os vereadores foram impossibilitados de trabalhar somente por causa do problema com a energia elétrica.

Para a vereadora Priscila Fernandes (Podemos), o fato é lamentável. “A gente conhece os dois e foi lastimável o ato em si que ele cometeu. O vereador precisa responder por isso perante a Câmara e agora é aguardar”, afirmou Priscila. Ela lembrou que sofreu assédio moral de outro colega vereador e que está na Justiça conta disso.