Só em 2023 mais de 200 transplantes cardíacos ocorreram no país, a maioria feita pelo SUS
Centrais estaduais de transplantes de órgãos registraram aumento das doações após a divulgação do caso do apresentador Fausto Silva, o Faustão e o lançamento da campanha de incentivo da Band, ‘Doe Órgãos, Doe Vida’, que visa conscientizar sobre a corrida para salvar vidas e a importância da doação de órgãos.
Antes da campanha, o Brasil realizou 21 mil transplantes dos mais diversos tipos, sendo 88% feitos pelo SUS. Só em 2023, foram mais de 200 transplantes cardíacos e destes, 72 pacientes estavam há menos de 30 dias no cadastro de espera, como no caso de Faustão.
Pela lei brasileira, é a família que autoriza a doação de órgãos de uma pessoa que acabou de falecer. Só depois que a doação é autorizada, é feita então a lista de possíveis receptores, com base no cadastro nacional de transplantes. E essa lista obedece vários critérios de compatibilidade e também do estado de saúde do paciente que está a espera do órgão.
“O sistema é informatizado, todos os brasileiros e brasileiras são inseridos nesse sistema, quem inscreve ele ali é a equipe de transplante e quem cuida do paciente ao longo do tempo é a equipe”, explica Daniela Salomão, coordenadora do Sistema Brasileiro de Transplantes.
No caso do Faustão, ele estava em segundo lugar na lista de prioridades. E realizou o transplante porque a equipe médica do primeiro paciente abriu mão do órgão por razões clínicas. “Gripe, febre ou qualquer outra situação pode levar à desistência”, explica Cristina Von Glehn, imunogeneticista.
Segundo o ministério da saúde, as doações sempre devem beneficiar, prioritariamente, pacientes do mesmo estado, para garantir que o órgão chegue a tempo e tenha qualidade para ser transplantado. Não existem privilégios na montagem dessa lista. “O sistema funciona independente de classe social ou conta bancária”, explica Daniela Salomão.
Campanha da Band
O Grupo Bandeirantes acredita que a solidariedade salva. Por isso, no dia 21 de agosto, lançou a campanha “Doe órgãos, Doe vida”, uma conscientização para a doação de órgãos e tecidos.
Todos os dias, inúmeras vidas estão em jogo, esperando uma segunda chance que só pode vir de um ato de generosidade. Converse com a sua família sobre o assunto. Só ela pode autorizar esse ato. Veja mais informações no site do Ministério da Saúde.
O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo, além de ser o segundo maior transplantador, atrás apenas dos Estados Unidos. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, responsável pela garantia de 90% das cirurgias por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Há uma integração com todas as 27 centrais estaduais.
Segundo o Ministério da Saúde, atualmente, há 617 hospitais e 1.495 equipes autorizados a realizarem transplantes no Brasil. Uma delas é liderada pelo médico Lúcio Pacheco, especialista em transplante de fígado.
As etapas para um transplante acontecer são as seguintes:
- inclusão do paciente na lista nacional de transplantes pelo médico autorizado;
- acompanhamento da posição na fila pelos canais oficiais do governo;
- passar pelo procedimento caso haja o órgão compatível e a posição na fila seja favorável.
Fila pode diminuir com conscientização
O tempo de espera por um órgão pode diminuir de acordo com o aumento de doações de órgãos. O Ministério da Saúde afirma que é importante identificar e notificar óbitos, principalmente de morte cerebral, em que muitos órgãos ainda são funcionais.
Profissionais de saúde são preparados para conscientizar a população sobre o processo de doação e transplante, fazendo com que estes últimos autorizem a doação, no caso da morte de entes queridos.
Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, válvulas cardíacas, pele, ossos e tendões. Caso queira ser doador de órgãos, o primeiro a se fazer é avisar a família da vontade, já que a doação é realizada após autorização familiar.
Não é preciso registrar a intenção de doar órgãos em cartórios ou informar em documentos o desejo de doar. Só é inviabilizado o transplante caso o paciente tenha doenças crônicas como diabetes, infecções ou tenha usado drogas injetáveis, por isso, os médicos realizam uma entrevista familiar para a equipe médica avaliar riscos para garantir a segurança de receptores.
Fonte: Band
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