24 de novembro de 2024
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Economia

Entenda por que o preço da carne está caindo no Brasil

Ciclo natural da pecuária e queda nos preços da soja e do milho são fatores que influenciam

O preço da carne bovina caiu cerca de 4% entre os meses de janeiro e junho de 2023 no Brasil. A queda ajudou a aliviar a pressão inflacionária, mas o consumo ainda está menor, se comparado ao dos anos passados. No campo, a queda dos preços tem relação com a queda dos preços das commodities, que compõem a ração de gado (milho e farelo de soja) e com o ciclo da pecuária. Entenda o que é o ciclo da pecuária, que faz o preço da carne cair.

O ciclo da pecuária é um fenômeno caracterizado pela flutuação dos preços do gado e da carne, com fases de baixa e de alta que se repetem de tempo em tempo. Essa flutuação é causada pela natureza da pecuária de corte, que é uma atividade de ciclo longo em que a resposta da produção a estímulos externos, como os preços recebidos, acontece de forma muito lenta.

Quando cresce a oferta de bois gordos, os preços caem, e as demais categorias como os bois magros, bezerros e matrizes também se desvalorizam. Pressionados por dificuldades financeiras, os criadores vendem mais vacas para o abate. O abate de fêmeas aumenta a oferta de carne e os preços caem ainda mais.

 

Com a redução do número de matrizes, fica comprometida a produção de bezerros, a reposição dos animais do rebanho de cria e a oferta futura de bois para o abate. Depois de alguns anos, a escassez de bois para abate e de novilhas para reposição das vacas descartadas força a alta dos preços, recomeçando o ciclo.

De acordo com os pesquisadores do Centro de Inteligência da Carne Bovina (Cicarne) da Embrapa, um ciclo completo, dura em torno de 8 anos. Esse período, porém, está diminuindo no Brasil porque, com mais tecnologias disponíveis, os animais atingem o peso de abate com menor idade. Atualmente, o ciclo pode durar em torno de 5 a 6 anos.

Consumo de carne está menor no Brasil

Um levantamento realizado pela plataforma online Kantar com 3.800 pessoas revelou que, em consequência da inflação, o consumo de proteínas caiu 9% no primeiro trimestre deste ano no Brasil. No segmento de alimentos e bebidas, a queda foi de 6%.

Empresários do setor entrevistados pela reportagem da Band afirmam que, apesar da recente alta na venda de carnes de boi, cerca de 30%, o consumo de carne bovina ainda está baixo. As razões: baixo poder de aquisição dos consumidores. O economista Júlio Barcellos explica que o poder de compra do brasileiro ainda não se recuperou desde a pandemia e, mesmo com a queda no consumo, os preços da carne não tendem a subir e alcançar os valores registrados desde 2020.

Fonte: Band
Foto: Internet / Reprodução