22 de novembro de 2024
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Saúde

Equipe da UFSC investiga possíveis causas da epidemia de virose em Florianópolis

A equipe do Laboratório de Virologia Aplicada e do Laboratório de Ficologia, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está ampliando a coleta de amostragens em praias de Florianópolis para o monitoramento viral diante da epidemia registrada na cidade.

De acordo com os últimos registros, são cerca de mil casos em dez dias. A expectativa é que até 20 de janeiro os cientistas tenham uma visão dos vírus que circulam na Capital, com foco na Ilha, principalmente na região Norte.

Segundo a professora do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC, Gislaine Fongaro, as equipes da universidade também vão avaliar o esgoto bruto para entender o que está circulando na população local e na população itinerante.

 

“Nossos estudos de pesquisa e extensão são amplamente importantes para população geral, servem de alerta epidemiológico e alerta sanitário”, explica a professora. Além disso, de acordo com ela, os dados complementam análises de balneabilidade que, para atenderem legislação, avaliam indicadores fecais bacterianos, mas não avaliam agentes virais nas rotinas.

A professora explica que os chamados surtos gastroentéricos – vômito e diarreia – estão relacionados a agentes infecciosos, principalmente vírus e bactérias que possuem trânsito em águas de beber, águas para recreação e alimentos contaminados. “Esses agentes infecciosos são chamados de entéricos, ou seja, que possuem rota oral-fecal, sendo ingeridos e excretados nas fezes de pessoas e animais não humanos suscetíveis”, complementa.

O saneamento básico, água e esgoto tratados e a higienização de alimentos são essenciais para a prevenção dos surtos. Outro ponto a ser destacado sobre os surtos de vômitos e diarreia é que esses agentes virais são muito mais propagáveis, e os vírus muito resistentes em ambientes, águas e alimentos. Assim, reforça ela, as viroses acabam sendo protagonistas nas gastroenterites agudas. Os adenovírus, norovírus, vírus da hepatite A e E e rotavírus são os principais causadores de gastroenterites.

Segundo Gislaine, durante a temporada de verão, com o aumento de pessoas nas áreas litorâneas e de crianças em áreas de recreação, o alvo de infecções dos agentes que estão em águas aumenta. Outra importante estratégia é o rastreio ágil da fonte contaminadora, para reduzir o impacto dos surtos e epidemias.

Foto: Freepik/Reprodução