Logo na abertura do evento, o governador mineiro, Romeu Zema, destacou Santa Catarina. “Sempre gosto de citar Santa Catarina como exemplo, pois é um estado que não tem petróleo, não tem minério, nenhuma grande estatal, não tem grandes extensões de terras agricultáveis, mas é um exemplo que deu certo porque lá tem gente trabalhadora e empreendedora”, disse. Para o governador Jorginho Mello, um momento de valorização. Oportunidade para apontar os ótimos desempenhos do Estado. Conforme disse, são fruto de questões culturais e que o governo precisa estar atento para ofertar segurança jurídica para quem deseja empreender, mesmo em um estado pequeno. Porém, grande em vários aspectos. Tem a terceira melhor geração de empregos do país em 2023, sem falar no positivismo econômico. O governador catarinense, destacou algo crucial, e que mexe com as opiniões. Salientou que os sete, juntos, e aí incluindo São Paulo, têm poder de decisão, e com chance de tocar questões estruturantes que precisam andar, como a reforma tributária, o marco temporal e outras mais específicas como as da Agricultura”, afirmou, acrescentando que o principal objetivo do Consud é o esforço comum em soluções integradas de política pública. (Foto: Eduardo Valente / Secom)
Encontro de governadores em Minas chama atenção
Na política atual vivida no Brasil, qualquer que seja a movimentação de lideranças, acaba chamando atenção. O encontro de sete governadores, no denominado Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Consud), em Belo Horizonte, iniciado na sexta e se encerrando neste sábado (3), tem sido observado, embora seja o oitavo evento, criado em 2019. Mas, como disse, no desse tempo, a atenção é maior. E não é para menos. Lá se encontram governadores de sete estados: o anfitrião, Romeu Zema, de Minas Gerais, Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, Carlos Casagrande, do Espírito Santo, Ratinho Jr, do Paraná, Jorginho Melo, de Santa Catarina, Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. Juntos formam uma das principais economias do país, com a proposta de engajamento entre si, e no desenvolvimento estratégico de setores produtivos, em que problemas e soluções são debatidas. Sozinhos, estes estados representam quase 60% da população brasileira, segundo disse, o líder catarinense, Jorginho Mello (PL). Enquanto que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, apontou que os estados do Cosud respondem por 80% da arrecadação federal e 93% das dívidas dos estados com a União. Sem dúvida, um grupo forte e expressivo.
Viés ideológico
Por ser um tempo diferente, houve quem dissesse que o encontro tem viés ideológico, e que se seria uma contraofensiva à esquerda, uma vez que alguns dos governadores possuem afinidades ideológicas semelhantes. Porém, eles rechaçaram qualquer interesse ou disputa ideológica. Um deles, do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), inclusive, declarou voto aberto ao presidente Lula. Seja como for, o grupo demonstra força e união em torno de proposições políticas e econômicas, que possam avançar para todos os estados brasileiros. A principal pauta é a potencialização do desenvolvimento dos estados, a partir de um protocolo de intenções. Para dimensionar o Cosud, o chefe do Executivo mineiro Romeu Zema disse que o consórcio representa a economia do México. “Isso demonstra que o consórcio precisa opinar e mostrar aquilo que funciona”, disse.