12 de dezembro de 2024
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Policial

Facção brasileira e máfia italiana movimentaram R$ 2 bilhões com tráfico via Paranaguá

Foto: PF/Divulgação

Operação internacional, com mandados em SC, desarticula envio de cocaína pelo Porto paranaense

Nove pessoas foram presas no Brasil e uma na Espanha na manhã desta terça-feira (10) em uma operação conjunta entre autoridades nacionais e da Europa, contra uma organização criminosa internacional composta por uma facção brasileira e a máfia italiana. Juntas, elas movimentaram aproximadamente R$ 2 bilhões com o tráfico internacional de drogas.

A Operação Mafiusi cumpre também 31 mandados de busca e apreensão em endereços em Florianópolis e Itajaí, em Santa Catarina, e também em São Paulo, Rio Grande do Sul, Roraima, Minas Gerais e Bahia. Também foram decretados o bloqueio de R$ 126 milhões em bens entre imóveis, veículos, incluindo um jatinho Dassault Aviation Falcon 50, e ativos financeiros de 79 pessoas físicas e jurídicas.

 

Segundo a Polícia Federal (PF), outras prisões ocorreram também na Itália durante operações conjuntas deflagradas nos dois países, com o objetivo de desmantelar os dois grupos criminosos interligados, responsáveis pelo tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa. As investigações revelaram uma rede complexa que operava principalmente por meio do Porto de Paranaguá, no Paraná, e por meio de aeronaves privadas.

Facção e máfia contratavam logística em Paranaguá

A investigação em conjunto entre Brasil e Itália partiu da prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande (SP), em 2019, e é também um desdobramento da Operação Retis, que já havia desarticulado organizações criminosas responsáveis pela logística do tráfico de drogas no Porto de Paranaguá. Segundo a PF, essas redes criminosas eram encarregadas de todo o aparato necessário para enviar cocaína da América do Sul para a Europa.

Durante a operação, foi identificado que essa logística era contratada por indivíduos ligados a uma facção criminosa de São Paulo e também membros de uma organização mafiosa italiana que atuava no Brasil. Esses grupos eram os responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para a Europa, sendo encarregados de fornecer os carregamentos da cocaína.

R$ 2 bilhões em 4 anos

A investigação revelou que a droga era enviada do Porto de Paranaguá ao Porto de Valência, na Espanha. A cocaína era inserida nos navios principalmente pelo método “RIP ON – RIP OFF”, onde os tabletes eram ocultadas em contêineres que continham cargas como cerâmica, louça sanitária ou madeira.

Além do transporte marítimo, a organização também usava aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica, onde membros da organização retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos. De 2018 a 2022, a organização criminosa movimentou aproximadamente R$ 2 bilhões.

As investigações também descobriram que o grupo conduzia um complexo esquema de lavagem de dinheiro, movimentando bilhões de reais entre empresas e contas bancárias de fachada, além de adquirir bens e realizar transações fraudulentas para ocultar a origem dos recursos.

A cooperação jurídica e policial internacional entre Brasil e Itália que possibilitou a Operação Mafiusi ocorreu entre o Ministério Público de Turim – Diretoria Antimáfia, os Carabinieri Italianos do Raggruppamento Operativo Speciale (ROS), o Comandante Provincial de Turim, a Polícia Federal do Brasil, por meio do Grupo Especial de Investigações Sensíveis do Paraná, e o Ministério Público Federal do Brasil, que culminou nas operações conjuntas nesta terça-feira em ambos os países. As investigações também contaram com o apoio da Eurojust, da Europol e da Interpol.

           

             

Financiadores do tráfico de drogas são alvos de operação

Dois suspeitos foram presos em flagrante por tráfico e porte ilegal de arma de fogo

A movimentação dos policiais começou ainda pela madrugada e na primeira hora da manhã desta terça-feira (10) os alvos foram abordados. O objetivo foi o cumprimento de seis mandados de prisão preventiva e treze mandados de busca e apreensão contra a alta cúpula de uma quadrilha de tráfico de drogas. Os acusados são responsáveis pelo financiamento do tráfico e pela distribuição local dos entorpecentes.

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