16 de setembro de 2024
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Educação

Florianópolis anuncia reajuste no salário dos professores; confira

Cerca de 6 mil servidores da educação aguardavam a decisão para o começo desse novo ano letivo.

Nesta terça-feira (14), o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, anunciou que a Capital irá reajustar o piso do magistério de acordo com o novo piso nacional de R$4.420,55, que já será pago aos profissionais da educação a partir de fevereiro. A proposta levanta questionamentos do Sindicato, que cita falta de valorização profissional.

“E a boa notícia é que será retroagido os pagamentos desde janeiro deste ano, ou seja, na folha de pagamento recebida no início de março, será acrescido o retroativo de janeiro e o valor atualizado referente ao mês de fevereiro”, explica o prefeito.

Atualmente, o piso nacional do magistério é de R$3.845,63, o que implica em um aumento de R$574,92 no valor pago aos professores que atuam na rede municipal de ensino de Florianópolis.

O que diz o Sintrasem

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) o aumento não é o ideal, e a forma como esse reajuste se dá, ” acelera o processo de achatamento da carreira do magistério”. O Sindicato ainda ressalta que o piso nacional deve ser aplicado sobre os valores da tabela, e destaca a falta de atenção para o salário das auxiliares de classe.

Confira a nota completa:

“Este “aumento”, entretanto, esconde um problema que vem sendo denunciado pela categoria há anos e que apenas se agrava: o acelerado processo de achatamento da carreira do magistério.

O piso nacional é uma conquista importante dos trabalhadores da educação. Ele é o resultado de uma luta travada aqui em Florianópolis e em todo o Brasil por valorização, reconhecimento e condições de trabalho.

Mas, ao reajustar a remuneração apenas do trabalhador em início de carreira – e não aplicar os valores na tabela –, Topázio mantém a prática cruel de governos anteriores, ignorando os que estão mais avançados e achatando, cada vez mais, todos em uma mesma faixa salarial.

O resultado é que, hoje, um trabalhador com vários anos de profissão ganha quase o mesmo que um trabalhador em início de carreira. É um desrespeito ao Magistério e um desincentivo ao profissional que amplia sua formação com especializações e pós-graduações, por exemplo.

Não podemos aceitar este achatamento grave da tabela enquanto o prefeito vai para a imprensa propagandear um suposto aumento aos professores. É preciso lutar para garantir que o piso nacional seja efetivamente aplicado sobre os valores da tabela, permitindo ao trabalhador buscar o crescimento na sua carreira. Piso não é complemento salarial e nem bonificação; é direito de todo trabalhador!

O anúncio de Topázio também ignora outro setor importantíssimo na construção da educação pública de Florianópolis: o das auxiliares de sala, que recebem ainda menos que o equivalente ao início da carreira do magistério, bem abaixo do que a função exige.

As auxiliares participam de todo o processo de planejamento, avaliação e estabelecimento de vínculos e cuidados com as crianças. Mesmo sendo um dos principais elos entre creche e família, são tratadas pela PMF como um setor à parte da educação. O magistério sempre esteve na linha de frente das batalhas do serviço público de Florianópolis, e as auxiliares são parte fundamental dessa mobilização. A campanha promovida pelo Sintrasem provou que a luta das auxiliares tem força e espaço para avançar.

O processo de reconhecimento do setor deu um passo importante na Data-base do ano passado, mas agora é necessário ir além, manter os direitos conquistados e ampliar a valorização de todas estas trabalhadoras!”

Foto: Freepik/Reprodução