21 de dezembro de 2024
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Internacional

Furacão Milton ameaça a Flórida nesta madrugada

Por: Karen Soares* | Foto: Larissa Pereira

Moradora de Sarasota relata os preparativos e a tensão crescente enquanto o furacão de categoria 5 se aproxima da costa

Larissa Pereira de 23 anos, moradora de Sarasota na Flórida, já passou por dois furacões, mas nenhum tão devastador quanto o Milton, que está previsto para chegar à costa ainda hoje. Recentemente, a região foi impactada pelo furacão Helene, que deixou mais de 200 mortos e diversos moradores prejudicados.

A chegada do furacão Milton, que foi inicialmente classificada como depressão tropical, evoluiu rapidamente para furacão categoria 5, e está trazendo novamente o medo e a incerteza dos moradores. Durante a madrugada de terça para quarta-feira, o furacão chegou a ser rebaixado para categoria 4, mas nas últimas horas voltou a atingir a força máxima.

 

Larissa explica que, quando foi alertada sobre o furacão, a ordem de evacuação foi dada apenas para algumas áreas da costa da Flórida, inicialmente apontando para Clearwater e Tampa. No entanto, com a mudança inesperada na rota do furacão, Sarasota passou a ser classificada como área de evacuação. “Moro perto da praia, e aqui há alto risco de alagamento”, relatou.

Assim que recebeu os alertas no domingo (06), Larissa foi ao mercado para estocar água e alimentos não perecíveis. “Arrumei uma mala com documentos e coloquei no alto do guarda-roupa para evitar que se percam em caso de alagamento”, explicou.

A previsão é que o furacão toque a costa na madrugada, e o clima na Flórida já está se deteriorando rapidamente, com tornados, tempestades intensas e ventos fortes indicando a aproximação de Milton. “O clima está muito bagunçado”, diz Larissa, referindo-se à inconstância das condições meteorológicas.

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Embora mantenha contato com sua família e amigos, Larissa está economizando bateria no celular e no computador, prevendo a possibilidade de longos períodos sem energia. “Ninguém sabe ao certo quanto tempo ficaremos sem energia”, comentou. A região ainda sofre com os estragos deixados pelo furacão Helene, e muitos destroços, como pedaços de metal e grandes objetos, que podem se transformar em armas mortais com os ventos que ultrapassam 250 km/h.

As autoridades estão enviando alertas de evacuação por mensagens de celular, e há policiamento nas ruas reforçando os avisos. No entanto, muitos moradores estão enfrentando dificuldades para sair da cidade. “Os mercados estão vazios, os postos de gasolina não têm combustível, e até os aeroportos foram fechados”, relata Larissa. Inicialmente, ela não havia evacuado porque o furacão estava previsto para passar por Tampa, mas a mudança de rota pegou a todos de surpresa.

Foto: Larissa Pereira

O tempo em Sarasota está cada vez mais instável, com céu nublado, trovoadas e muitos raios. A situação tem levado muitos a buscarem refúgio em colégios, e areas que o governo disponibilizou como seguras, mas também há moradores indo para áreas mais centrais da Flórida, como Orlando, ou até em outros estados. “As rodovias estão lotadas”, conta Larissa, que optou por permanecer na casa de uma amiga.

O furacão Milton deve atravessar toda a Flórida entre quarta, quinta e sexta-feira, antes de seguir em direção ao oceano. A expectativa é de que a tempestade cause grandes danos ao longo de seu percurso.

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“É simplesmente um furacão impressionante, impressionante, impressionante. Ele perdeu… Ele perdeu 50 milibares em apenas dez horas. Desculpem-me, isso é verdadeiramente assustador”, disse Morales com a voz embargada, após uma breve pausa.

Morales, em entrevista à NBC, descreveu a força do furacão Milton e os fatores que levaram ao seu rápido fortalecimento. Em poucas horas nesta segunda-feira, Milton passou da categoria 2 para a 5, o nível mais alto na escala de intensidade de furacões.

A rápida escalada do fenômeno surpreendeu meteorologistas, que estão em alerta. Segundo o presidente dos Estados Unidos, Milton pode ser “um dos piores furacões dos últimos cem anos a atingir a Flórida”, destacando o potencial devastador da tempestade.

Foto: Larissa Pereira

Você se lembra do Furacão Catarina?

O Furacão Catarina foi o primeiro e único furacão registrado no Atlântico Sul. Ele alcançou uma intensidade entre o limite superior da categoria 1 e o inferior da categoria 2, com ventos sustentados de 150 km/h.

A tempestade atingiu a cidade de Arroio Silva, no sul de Santa Catarina, e o Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Mesmo em áreas como Porto Alegre e a Serra Gaúcha, houve danos significativos causados pelos ventos fortes.

*Estagiária sob supervisão de Flávio Junior