Foto: PCSC
Três pessoas foram presas por esquema envolvendo a compra de veículos pela internet
Um complexo esquema de golpes de estelionato e extorsão envolvendo a compra de veículos foi desarticulado pela Polícia Civil de Santa Catarina na última quarta-feira (31). Três integrantes de uma associação criminosa foram condenados pela 2ª Vara da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz a penas que somam mais de 143 anos de reclusão pelos crimes que resultaram no prejuízo de R$ 1,5 milhão às vítimas.
De acordo com o inquérito, os crimes ocorreram em vários municípios de Santa Catarina contra diversas vítimas, utilizando várias linhas telefônicas, perfis falsos na internet e dados de pessoas “laranjas” – muitas delas inocentes, que tiveram suas informações indevidamente usadas para as negociações. A associação conta com membros que sequer foram identificados, dada a sofisticação do esquema.
A apuração foi conduzida inicialmente pela delegada Débora Mariani, através das Delegacias de Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça, ambas na Grande Florianópolis, mas foi finalizada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais, que cumpriu mandados de busca e apreensão em SC e no Rio Grande do Sul.
Como ocorria o golpe
A investigação levantou que os criminosos passaram a se associar antes mesmo do ano de 2022 com a finalidade de cometer os crimes apontados. A dinâmica dos golpes ocorria da seguinte forma:
• A vítima, proprietário de um veículo, fazia um anúncio de venda no marketplace do Facebook. Em seguida, um dos criminosos entrava em contato com o vendedor, demonstrando interesse na compra do veículo. A negociação era realizada pela internet mesmo, porém, o golpista informava que algum familiar iria buscar a compra, enquanto o Certificado de Registro de Veículo (CRV) ficaria em nome de um terceiro familiar ou amigo.
• Em alguns casos, a vítima chegava entregar o veículo, pois os golpistas apresentavam um comprovante de transferência ou depósito falso. No aplicativo do Banco da vítima, este saldo aparecia como “Bloqueado – análise bancária”.
• A vítima então recebia a informação do Banco que o dinheiro não havia sido depositado ou, em caso de cheque, que o mesmo foi devolvido pelo Banco em razão de divergência na assinatura. A investigação identificou que os golpistas solicitavam às vítimas que as transferências ocorressem sempre pela Caixa Econômica Federal (CEF), pois provavelmente descobriram um meio de burlar o sistema.
• No decorrer da negociação, a vítima tentava buscar a quitação da dívida com quem teria feito o pagamento, porém sem sucesso.
• Em alguns casos, os golpistas chegavam extorquir as vítimas a pagar determinado valor para receber o veículo de volta.
Condenações somam mais de 143 anos
Com a conclusão do inquérito e do julgamento, vários veículos foram recuperados e três pessoas foram condenadas pela Justiça nessa quarta-feira:
• Uma pessoa de 23 anos, condenada a 35 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão e 156 dias-multa, em regime inicialmente fechado, por associação criminosa, estelionato cometido sete vezes, extorsão cometida cinco vezes.
• Uma pessoa de 41 anos, condenada a 59 anos e 10 dias de reclusão e 261 dias-multa em regime inicialmente fechado, pelos crimes de associação criminosa, estelionato cometido sete vezes e extorsão cometida cinco vezes.
• Uma pessoa de 39 anos, condenada a 49 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão e 26 dias-multa em regime inicialmente fechado, pelos crimes de associação criminosa, estelionato cometido sete vezes e extorsão cometida cinco vezes.
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Um dos condenados cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica em Caxias do Sul (RS). Porém, com a condenação, o judiciário revogou o benefício e policiais da ROCAM do 12º BPM gaúcho cumpriram o mandado de prisão nessa quinta-feira (1º).