O desejo de muitos brasileiros é ter um ou alguns imóveis para alugar e complementar a sua aposentadoria ou até mesmo para custear a sua aposentadoria
Não é incomum escutarmos a história de um tio, um primo ou outro parente que comprou alguns imóveis, aluga, e retira desses aluguéis o seu sustento do dia a dia. Ao escutar isso, quantos de nós não faz uma conta mental e tem o seguinte pensamento “se eu tiver X reais de aluguéis posso parar de trabalhar ou posso mudar de carreira”. Pois é, você está certo, é possível sim, mas há uma forma mais eficiente de você receber esses aluguéis e sem precisar começar com os vultuosos investimentos que os imóveis exigem.
Quando pensamos em aposentadoria, o aluguel de imóveis possui duas grandes vantagens sobre investimentos financeiros tradicionais, como um CDB ou uma LCI. O primeiro é o fato da sua recorrência, todos os meses nós recebemos o dinheiro em nossa conta, claro, desde que paguem pontualmente.
E isso é muito bom para o nosso planejamento, afinal, todos os meses as contas precisam ser pagas. O segundo é que no longo prazo aquele aluguel tende a corrigir pela inflação, assim, podemos gastar quase todo o aluguel que recebemos com as nossas despesas.
Ocorre que investir em imóveis para aluguel não é, digamos, um passeio no parque. Há alguns desafios a serem enfrentados. O primeiro de todos são os elevados valores dos imóveis e o tempo que se leva para comprar um único imóvel.
Depois, caso você não consiga comprar vários imóveis, você fica sujeito a ter uma forte redução da sua renda mensal a cada saída de inquilino. E o trabalho que dá? Inquilino reclamando de vazamento, móvel com cupim, pedido de reembolso de despesas que não são obrigação do locatário, inquilino que atrasa aluguel e por assim vai. Não é tão fácil não, pergunte para o seu tio.
Mas calma, há uma forma muito mais fácil e eficiente, os Fundos de Investimentos Imobiliários, conhecidos apenas como FIIs. Tecnicamente falando eles são a comunhão de recursos organizados em um fundo fechado e destinados a aplicar em empreendimentos imobiliários. Sinceramente, essa explicação técnica é chata e difícil de ser entendida, então, deixa eu explicar mais informalmente.
Você e mais nove amigos juntam-se para investir em imóveis para aluguel de forma mais eficiente. Cada um de vocês vai colocar R$ 200 mil de investimento, logo, R$ 2 milhões ao todo. Arrecadado o dinheiro, vocês comprarão cinco imóveis para aluguel e vão contratar uma pessoa para administrar os imóveis, pois não querem ter trabalho. Todos os meses o administrador vai arrecadar os aluguéis, pagar as despesas e dividir o resultado entre os 10 amigos.
Uma das grandes vantagens disso que vocês fizeram é que se um inquilino rescindir o contrato de locação, nenhum de vocês ficará sem renda, tendo apenas uma redução da renda para todos. Fora que conseguem diluir o pagamento do administrador e ficar mais barato. Isso é a comunhão de recursos para investir em empreendimento imobiliário.
Bem, mas aí vocês pensam, e se alguém precisar de dinheiro e quiser sair, como vamos fazer? Vamos vender os imóveis e reduzir o número de imóveis? Isso não seria bom. Então vocês instituem uma regra, ninguém pode pedir o dinheiro de volta e se alguém quiser sair terá de achar outra pessoa para comprar a sua parte no negócio pelo valor dos imóveis na hora da venda. Aqui acabamos de criar o fundo fechado, no qual ninguém pode pedir o dinheiro de volta e sempre que quiser sair, precisa achar alguém para comprar a sua parte.
Mas nessas horas vocês pensam “poxa, será difícil achar outros investidores com R$ 200 mil, ou até mais, caso os imóveis tenham valorizado, como resolver isso?”. Então vocês decidem dividir a parte de cada um em 2.000 pedacinhos de R$ 100,00, assim, caso algum dos amigos precise de dinheiro, nem precisará vender tudo, basta vender alguns poucos pedacinhos.
É ou não é mais eficiente do que você sozinho comprar um único imóvel? Imaginem, se você investir diretamente em imóvel, o inquilino sai e você fica sem aluguel. Ou seja você precisar de dinheiro, não tem outra forma que não vender o imóvel todo, pois não tem como vender apenas um banheiro do imóvel, mas agora você pode vender pedacinhos.
Pois bem, acabamos de criar um FII. A diferença é que não são 10 amigos, são dezenas de milhares de amigos. E não são R$ 2 milhões, mas centenas de milhões, algumas vezes, alguns bilhões. E com este poder financeiro todo, os FIIs não compram um apartamento aqui, outro ali, eles compram grandes empreendimentos, como shoppings, galpões logísticos, hotéis, prédios inteiros de escritórios entre outros empreendimentos. Para ficar mais palpável, vou citar alguns imóveis em algumas cidades de Santa Catarina que pertencem a FIIs e você poderia receber aluguéis dele. Em Florianópolis o Floripa Shopping e o Villa Romana Shopping, em Joinville parte do Perini Business Park e em Blumenau a fábrica da Cremer. Tem outros, mas não vamos deixar a lista cansativa.
E o processo é igualzinho, temos um administrador, este apura os aluguéis do mês, divide entre os números de pedacinhos, os quais chamamos de cotas, e depois divide esses aluguéis entre os investidores com base no número de cotas que cada um possui.
Para facilitar a venda desses “pedacinhos”, os quais são chamados de cotas, eles são negociados na bolsa de valores entre os 2 milhões de investidores de FIIs que existem. Como são negociadas em cotas, tem FII que negocia no valor de R$ 10,00 cada cota, facilitando o investimento do pequeno investidor, o qual demoraria muito tempo para poder ter renda de aluguel.
Gostou da ideia e quer saber mais sobre fundos de investimentos imobiliários, então siga a nossa coluna para conhecer mais.
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