21 de novembro de 2024
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Cláudio Prisco

Jogo zerado no contexto da Lava Jato

Imagem: Lula Marques / Agência Brasil

23 de maio de 2024

Ironia do destino. No mesmo dia em que o TSE decidiu preservar o mandato do senador Sérgio Moro, livrando-o de uma cassação que, por si só, era injusta, o STF, na figura de Dias Toffoli, resolveu anular todas as condenações, de forma monocrática, de Marcelo Odebrecht, o filho de Emílio, o amigo de Lula da Silva.

Aliás, Dias Toffoli já havia assim procedido da mesma maneira em relação à JBS. Também livrando o conglomerado dos irmãos Batista, absolutamente ligado ao PT, de forma igualmente monocrática. De uma canetada só. De quebra, uma das câmaras do Supremo resolveu absolver Zé Dirceu, o Super Zé, o todo-poderoso petista, mesma da Lava Jato.

Ou seja, o juiz da maior operação de combate à corrupção do mundo foi salvo em seu mandato no TSE, mas, ao mesmo tempo, o STF, parcialmente colegiada ou de forma individual, definitivamente colocou pá-de-cal na Lava Jato.

Calendas da história

Ou seja, nada do que ocorreu, do que foi minuciosamente investigado, comprovado, com condenações severas nas mais variadas instâncias, vale mais. Importante lembrar que não foi apenas Sérgio Moro na Vara de Curitiba que subscreveu sentenças duras contra corruptos e corrompidos.

Colegiados

Foi também o TRF-4, com sede em Porto Alegre, o STJ e o próprio STF (com nove magistrados diferentes), confirmando e até aumentando penas na cleptocracia que foi instalada no passado e que agora voltou à cena do crime. Para usar as palavras do vice-presidente, Geraldo Alckmin, numa referência pretérita ao atual presidente da República.

Vergonha nacional

Não eram indícios, eram provas cabais, irrefutáveis que foram apresentadas. Mas os bandidos foram transformados em mocinhos. Estão livres, leves e soltos. E dando discurso.