Acidente aconteceu em 1º junho de 2009 e deixou 228 mortos; 58 brasileiros estavam no voo
A Justiça da França absolveu, nesta segunda-feira (17), a Airbus e a Air France pelo acidente com o voo 447 que matou 228 pessoas em 1º de junho de 2009. A fabricante da aeronave e a companhia aérea eram julgadas por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.
Quase 14 anos após o desastre, o Tribunal Penal de Paris absolveu as duas empresas, julgando que, se “falhas” tivessem sido cometidas, “nenhum nexo de causalidade certo” com o acidente poderia “ter sido demonstrado”, divulgou o jornal francês Le Figaro.
Por volta das 13h30 (pelo horário de Paris), o tribunal estava cheio de parentes das vítimas, equipes da Air France e da Airbus, além de jornalistas. Quando a decisão foi anunciada, alguns civis se levantaram como se estivessem surpresos, enquanto o presidente da Corte continuava a fazer a leitura da decisão, com as pessoas em silêncio.
“Esperávamos um julgamento imparcial, não foi o caso. Estamos enojados ”, reagiu Danièle Lamy, presidente da associação Entraide et Solidarité AF447. “A única coisa que resta destes 14 anos de espera é o desespero, a consternação e a raiva”. disse ao Le Figaro.
Em nota divulgada à imprensa francesa, a Air France informou que tomou nota da decisão do julgamento e diz que sempre se lembrará das vítimas “deste terrível acidente e expressa sua mais profunda solidariedade a todos”.
Já a Airbus considerou que esta decisão foi “consistente com a exoneração pronunciada no final da instrução em 2019”. “O grupo também manifesta a sua compaixão aos familiares das vítimas e reafirma o seu total empenho (…) em matéria de segurança aérea”.
As empresas estavam sendo processadas ??por “homicídio culposo” e o julgamento deveria dizer se tanto a Air France quanto a Airbus cometeram ou não falhas técnicas que levaram diretamente ao acidente. As duas empresas enfrentaram uma multa de 225 mil euros.
O processo sobre o voo Rio-Paris que caiu no Oceano Atlântico tinha sido arquivado em 2019, mas foi reaberto em 2021. O julgamento foi retomado de 10 de outubro a 8 de dezembro de 2022, o Ministério Público havia pedido a absolvição das empresas, considerando que a culpa era “impossível de demonstrar”.
O acidente
O voo AF447 saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris no dia 1º de junho de 2009. O avião caiu no Oceano Atlântico poucas horas após a decolagem, o que causou a morte de 216 passageiros e 12 tripulantes.
A bordo do voo Rio-Santos, estavam pessoas de 33 nacionalidades, incluindo 74 franceses e 58 brasileiros. Esse é considerado o acidente mais mortal da história das empresas francesas.
Os primeiros destroços do avião foram encontrados dias depois do acidente. Mas, após longas buscas de dois anos, outras partes da aeronave foram localizadas a 3,9 mil metros de profundidade.
As caixas-pretas informaram o ponto de partida do acidente, que foi o congelamento das sondas de velocidade quando o avião estava voando em uma zona com condições meteorológicas adversas, fazendo com que os aparelhos emitissem informações erradas sobre altitude, por exemplo, e, assim, o piloto perder o controle da aeronave.
Fonte: Band
Foto: Aeronáutica / Divulgação