Foto: PRF
Ao todo, Operação Maserati resultou em 294 condenações, somando 4.943 anos de reclusão
Mais 43 membros de uma organização criminosa com base no Oeste de Santa Catarina, mas com atuação que abrangia todo o estado, foram condenados pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) no último dia 9 de agosto. Eles foram alvos da Operação Maserati III, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO).
A operação teve início em agosto de 2023 e resultou no oferecimento de denúncia pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Miguel do Oeste contra os investigados, envolvidos em tráfico de drogas e outros crimes correlatos.
De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a Operação Maserati focou em desmantelar a tentativa de estruturar uma base para a organização criminosa no Extremo Oeste catarinense. A maioria dos criminosos condenados nesta fase são naturais dessa região.
Criminosos buscavam dominar o crime no estado
A investigação conduzida pelo GAECO, já na primeira fase, revelou que a intenção da facção era tomar as cidades menores até chegar ao litoral para dominar o estado. Os focos iniciais de expansão do grupo seriam São Miguel do Oeste, Chapecó e Dionísio Cerqueira, pela proximidade com o Paraguai e a Argentina, bem como Joinville, por conta da proximidade com os portos de Santa Catarina, com o estado do Paraná e com a capital, Florianópolis.
Segundo a investigação, para gerir toda essa atividade criminosa, foram criados cargos e funções, como em uma empresa. Foram identificados cargos específicos para o cadastro de potenciais faccionados, para gerir a venda de drogas e para tratar de assuntos que envolviam todo o sistema prisional.
O nome da operação é uma referência ao “codinome” que a facção criminosa utilizava para identificar o estado de Santa Catarina, como parte de sua estratégia de expansão territorial. O grupo atribuía nomes de carros a diferentes estados. No decorrer da investigação, foram identificados e presos faccionados em diversas cidades brasileiras, mas que atuavam em Santa Catarina.
As fases da Operação Maserati
A Operação Maserati foi conduzida em várias fases, cada uma visando diferentes núcleos da organização criminosa:
Fase 1
Deflagrada em 25 de fevereiro de 2021, com 279 ordens judiciais cumpridas em 45 cidades e seis estados, resultando em 136 prisões e 143 buscas e apreensões. Nessa fase, 143 réus foram condenados, com penas que ultrapassaram 20 anos para 75 dos réus e uma pena máxima de 86 anos.
Fase 2
Deflagrada em 9 de fevereiro de 2023, essa fase cumpriu 164 mandados judiciais, resultando em 71 prisões e 93 buscas e apreensões. Essa etapa da operação culminou na condenação de 108 réus, expandindo a abrangência da operação para 10 estados.
Fase 3
Deflagrada em 10 de agosto de 2023, focada em alvos na região de Santa Catarina, resultou em 52 mandados de busca e apreensão e 36 mandados de prisão. Esta fase culminou nas recentes condenações de 43 réus.
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Fase 4
Deflagrada em 1º de fevereiro de 2024, com 34 mandados de busca e apreensão, resultando em apreensões significativas de armas, drogas e equipamentos eletrônicos, o processo ainda está em andamento.
Resultados
A Operação Maserati, ao longo de suas fases, já resultou em um total de 294 condenações. Entre os réus, 79 foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão. A pena máxima aplicada a um único réu foi de 86 anos, e as penas somadas agora ultrapassam 4.943 anos e 2 meses de reclusão. Além das penas de prisão, foram impostas multas que totalizam cerca de R$ 5,25 milhões.