30 de outubro de 2024
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Paulo Chagas

Nem esquerda e nem a direita: Centrão elegeu mais prefeitos

Eleição de Ricardo Nunes em São Paulo abre campo para a direita nacionalmente / Foto: Paulo Guereta / SECOM

Dentre os eleitores de 51 cidades, mais das 15 capitais que tiveram segundo turno para a escolha dos prefeitos, a constatação de que, entre os 5.569 municípios, o PSD e o MDB foram as legendas que mais elegeram prefeitos no Brasil, incluindo as capitais: cinco para cada. O lado negativo se deu aos milhões de eleitores que deixaram de votar. A abstenção chegou a 29%, a segunda maior da história, perdendo apenas para o pleito que ocorreu em plena pandemia. Voltando às capitais, cinco delas marcaram viradas eleitorais, ou seja, candidatos que terminaram o 1º turno na liderança em pesquisas, não conseguiram o mesmo no 2º turno. A disputa mais acirrada entre as capitais ocorreu em Fortaleza, com o PT e PL frente a frente. O candidato petista foi eleito com uma margem de apenas 0,7%; numa diferença de 10,08 mil pessoas. Já em São Paulo, a Capital que mais mereceu atenção, com Ricardo Nunes, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por Tarcísio de Freitas, venceu em todas as zonas, e se reelegeu com 59,35% dos votos.

Inclinação à direita

É sabido que historicamente as eleições municipais acabam sendo uma prévia das eleições presidenciais, que vão ocorrer em 2026. Portanto, considerando a principal cidade brasileira, a esquerda terá dificuldade para definir o sucessor de Lula, devido a segunda derrota de Boulos entre os paulistanos, enquanto que, do outro lado, Bolsonaro e Tarcísio tiveram êxito. Resumindo. Desde 2016, as eleições municipais mostram uma tendência de inclinação do eleitorado à direita. No entanto, não impediu Lula de voltar à Presidência em 2022. A esquerda carece de novas lideranças, enquanto que a direita, há nomes sobrando, isso sem contar com a possibilidade de Bolsonaro reverter a situação da inelegibilidade. (Com informações The News).

Costuras em Santa Catarina

Deputado Antídio Lunelli poderá ser o indicado a uma Secretaria no governo de Jorginho Mello / Foto: Rodolfo Espínola / Agência AL

O pós-eleições em Santa Catarina envolve diretamente questões ligadas ao Governo do Estado. Na articulação ao melhor pacote na distribuição de cargos se destaca o embarque do MDB em pastas consideradas essenciais. Sem considerar a de Infraestrutura, que já está em mãos emedebistas, embora considere-se a troca do titular Jerry Comper, a tendência é de que o MDB também passe a conduzir mais uma, a da Agricultura e Pecuária. Quanto aos nomes, o partido ainda discute indicações, sem afirmação entre os possíveis titulares da lista, caso de Antídio Lunelli e Valdir Cobalchini. Por outro lado, o MDB quer mais uma inserção no alto escalão. Nesse caso, existe a possibilidade de uma negociação diferenciada podendo dar à Ivete da Silveira a Assistência Social, em troca da manutenção de Beto Martins no Senado. Porém, o MDB está de olho na possibilidade de obter a Secretaria de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias. Esse embarque poderá significar a consolidação da aliança para 2026 com o MDB, podendo, inclusive, se inserir numa majoritária, com a indicação do vice ou ao Senado, somando-se ainda a junção com o PP, entre outros partidos, deixando o PSD praticamente isolado.