Capital decretou emergência em saúde por conta da doença, que pode se proliferar ainda mais no verão
Com quase 19 mil casos de dengue confirmados e 5,3 mil focos do mosquito Aedes aegypti identificados somente em 2023, a Prefeitura de Florianópolis renovou o decreto que coloca o município em situação de emergência em saúde. As alto volume de chuvas e o calor previstos para dezembro aumentam a preocupação para proliferação da doença.
Além do número alarmante de casos confirmados, 15 pessoas já morreram em decorrência da dengue. Florianópolis contabiliza também 7 casos confirmados de chikungunya, doença também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
O decreto foi publicado nesta quarta-feira (29), e visa possibilitar ações para que as autoridades controlem a proliferação do mosquito. Entre as ações definidas estão a criação de uma comissão de acompanhamento da situação, a contratação de agentes para suprir a demanda, a realização de visitas para localizar novos focos do mosquito, inclusive com a utilização de drones, e o ingresso forçado em imóveis públicos e particulares em situação de abandono para a eliminação de criadouros do mosquito.
Calor e chuvas aumentam estado de alerta
Com a chegada do verão, período de calor intenso e propício para altos volumes de chuva, a atenção para a proliferação do mosquito Aedes aegypti só aumenta. Por conta o El Niño, a previsão é de que o mês de dezembro tenha uma média de 200 a 330 mm de chuva na região do Litoral e Vale do Itajaí, segundo a Defesa Civil.
“Com a maior quantidade de chuvas, aumenta a oferta de criadouros onde a fêmea do mosquito pode deixar seus ovos. Isso, juntamente com as altas temperaturas, acelera o desenvolvimento do mosquito. Outro detalhe importante: ovos colocados há semanas ou meses podem eclodir e dar origem a milhares de novos mosquitos ao entrarem em contrato com a água da chuva”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
Atenção aos sintomas
Os sintomas mais comuns da dengue incluem:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Dores musculares e nas articulações;
- Dor atrás dos olhos;
- Manchas vermelhas na pele;
- Náuseas e vômitos.
“Todos os casos de dengue devem ser monitorados quanto à presença de sinais de alarme, que são: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, queda excessiva da pressão arterial, sangramentos de mucosas, sonolência ou irritabilidade”, alerta Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
A hidratação adequada é outro ponto importante. “Desde a entrada na unidade de saúde até a alta, a recomendação é hidratar. Isso é essencial para evitar a evolução dos casos leves em graves”, destaca Gaudenzi.
Foto: Reprodução/Agência Brasil