Apresentação da arma, falta de reação do acusado, famílias emocionadas e parente precisando de atendimento hospitalar, confira detalhes do segundo dia de julgamento
Nesta quinta-feira (10) está sendo realizado o julgamento do acusado pelas mortes em uma creche, na cidade de Saudades, no Oeste de Santa Catarina. O segundo dia de júri está sendo para os debates, e apresentação das últimas testemunhas. O acusado usou seu direito de permanecer calado e não depôs.
O julgamento, que começou cerca de 9h da manhã, teve inicio com a apresentação da acusação, momento que não teve a participação do réu, por opção dele, e onde outras testemunhas foram ouvidas.
Além do fatos já contextualizados sobre o caso, alguns momentos marcaram a manhã, como quando foi apresentada a arma do crime e comparada com o tamanho das crianças feridas por ela, mostrando o quanto elas eram pequenas em relação com a adaga.
Também foram compartilhados outros detalhes da investigação, quando os aparelhos eletrônicos do réu foram apreendidos e no histórico a polícia descobriu que ele pesquisou sobre “como matar mulheres e crianças? e quais o locais mais fatais?”.
Como motivação, segundo apurado, o objetivo era matar cinco ex-colegas, e a diretora da sua antiga escola, onde ele alega ter sofrido bullying. Quando o crime ocorreu, foi constatado que o acusado não conseguiu entrar na escola e por isso se dirigiu à creche.
Confira as declarações do pai de uma das vítimas:
Defesa se manifesta e pai do acusado passa mal
Na audiência também foram apresentados os laudos psiquiátricos do homem, e duas testemunhas de acusação foram dispensadas pelo juiz na quarta-feira (9), por seguirem com o argumento de insanidade mental, que já foi descartado.
De acordo com as apurações do repórter Ricardo Souza, a defesa estaria usando a saúde mental do acusado, como prova de sua insanidade. “O único momento em que o acusado esboçou alguma reação, foi após seu advogado comentar sobre ele estar doente, onde o jovem concordou com a cabeça, como se afirmasse o comentário”.
A tia do acusado foi ouvida também, e em seu depoimento detalhou a relação do homem com a família. Ela alegou que ele tinha mudanças repentinas de humor, e que o réu já tinha histórico de maltratar animais domésticos, porém, apenas os que vivam em sua casa. Em outro momento ela deixou claro que “não confiava no sobrinho para ficar sozinho com suas filhas mais novas, pela agressividade anormal dele”.
Após um intervalo, todos voltaram à audiência, a acusação passou um vídeo mostrando os familiares das vítimas, com elas. O momento emocionou todos os presentes, incluindo os polícias que fazem a guarda do local.
O pai de Fabiano Kipper Mai passou mal, e foi encaminhado à Associação Hospitalar Beneficente De Pinhalzinho, em uma ambulância do Samu. Ele foi atendido após o aumento de sua pressão arterial, mas seu estado de saúde não foi atualizado. Ele estava sendo acompanhado pela esposa.
Momentos finais
O júri vai se reunir e realizar a votação, e depois será lida a sentença do acusado, para todos os presentes. A imprensa, que teve pouco acesso ao local, vai poder acompanhar o momento e depois poderá entrevistar o juiz. Familiares e os acompanhantes do caso, no local, levaram cartazes e penduraram na entrada do fórum.
O homem será julgado pelas mortes e pelas tentativas de assassinatos. Ainda não se tem detalhes sobre a possível sentença.
Foto: Ricardo Souza/Reprodução
